quinta-feira, julho 16, 2020

UFRJ desenvolve teste de detecção da Covid-19 de baixo custo e que pode ser aplicado em larga escala

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu um teste sorológico de valor acessível para a detecção de anticorpos para o novo coronavírus e que pode identificar com alta sensibilidade. A ideia é que o exame possa ser aplicado em grandes populações.

A professora Leda Castilho, uma das coordenadoras da pesquisa de desenvolvimento de um teste de baixo custo para a detecção de anticorpos para coronavírus — Foto: Divulgação/ Coppe/ UFRJ
A professora Leda Castilho, uma das coordenadoras da pesquisa de desenvolvimento de um teste de baixo custo para a detecção de anticorpos para coronavírus — Foto: Divulgação/ Coppe/ UFRJ

O exame, que foi denominado "teste S-UFRJ", foi desenvolvido em conjunto pelos pesquisadores do Instituto de Biofísica e da Coppe, com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Biologia e da Faculdade de Medicina da UFRJ.

A ideia é que o exame custe menos de US$ 1 e possa ser usado em larga escala para a testagem da população. Os atuais altos custos dos exames existentes são uma das principais barreiras para a realização de exames em massa.

“Pelo baixo custo, ele é muito útil para a vigilância epidemiológica, estudos de soroprevalência, para saber quanto da população já teve contato com o vírus. Onde a população teve menos contato há mais chance de ocorrer uma segunda onda, por exemplo”, explicou a professora Leda Castilho, da Coppe/UFRJ, uma das coordenadoras do projeto.

O custo baixo do exame se deve também à coleta de material facilitada. Os outros testes, no mesmo modelo, conhecido pela sigla ELISA, exigem que as amostras de sangue sejam retiradas em laboratório com seringa. Neste caso, basta uma gota na ponta do dedo.

O teste conta com mais de 90% de acerto já a partir do décimo dia desde o início dos sintomas, atingindo 100% de acerto a partir de 20 dias.

O artigo científico com os resultados da pesquisa que levou ao teste está em fase de análise por outros cientistas.

De acordo com Leda Castilho a produção de testes confiáveis no Brasil permitirá ampliar a testagem da população brasileira.

O teste usa a proteína S, presente na superfície do coronavírus, e que está sendo produzida em laboratório desde fevereiro pelos pesquisadores da Coppe/UFRJ.

“Esta proteína é responsável pela ligação do vírus às células humanas, permitindo a entrada e multiplicação do vírus. Ela é um alvo prioritário do sistema imunológico, sendo portanto a proteína mais promissora para o desenvolvimento de ensaios de diagnóstico sorológico”, destacou a pesquisadora.

O teste foi desenvolvido utilizando mais de 200 amostras positivas e negativas para a Covid-19. A partir de agosto, os exames serão aplicados em milhares de amostras dentro da universidade e depois serão ampliados para a população em geral.

Estes estudos de vigilância epidemiológica serão conduzidos com a participação de professores de epidemiologia do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva e professores de estatística do Instituto de Matemática da instituição.

Fonte: G1

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