As aulas do segundo semestre de 2014 iniciaram no mês de julho, fase em que os alunos se preparam para as provas finais e ainda seleções como o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem). Contudo, em algumas escolas, problemas estruturais e defasagem do quadro de docentes persistem desde o começo do ano, ou até de anos anteriores, como é o caso da Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros, que aguarda por reforma há mais de um ano.
Mesmo depois da determinação do Ministério Público exigindo que o Governo do Estado concluísse as reformas no prédio da escola em dezembro do ano passado, nenhum reparo foi feito no local. Na tarde de ontem, quando a equipe de reportagem do jornal O Mossoroense foi à escola, as aulas haviam sido suspensas por problemas na caixa de armazenamento de água.
Já no bairro Belo Horizonte, a Escola Estadual Monsenhor Francisco Sales Cavalcanti, instalada no Caic, está interditada pelo Corpo de Bombeiros desde o ano de 2010, quando foi realizada inspeção que detectou a necessidade de instalação de nova rede elétrica e um projeto contra incêndios. Nos últimos quatro anos, 90% dos alunos da instituição foram transferidos para outras escolas.
"É absurdo o tratamento que se dá à educação no nosso Estado. Há inúmeros problemas, por exemplo, as salas são quentes, não há condições de manter a concentração. No ano passado, o Governo do Estado se comprometeu a reformar e climatizar várias escolas, mas não cumpriu com o prometido", conta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), Rômulo Arnaud.
Más condições de trabalho desestimulam a formação de novos professores
De acordo com Rômulo Arnaud, além dos problemas estruturais, a educação no Estado tem sofrido com a falta de professores, sobretudo em disciplinas como Matemática, Física e Química, situação que, segundo ele, só tende a piorar, prejudicando alunos e aumentando a evasão em todo o país.
"Infelizmente, não é de se estranhar que alguns alunos terminem o ano sem ver algumas disciplinas, ou as vejam de forma 'expressa', pois muitas escolas ainda não têm o quadro de professores completo. Essa situação só tende a piorar porque o número de alunos que querem ser professores diminui a cada dia", disse o presidente.
Como motivos para a perda gradativa no interesse pela docência, Rômulo Arnaud aponta fatores como a baixa remuneração, o estresse da sala de aula, falta de estrutura nas escolas e falta de incentivos por parte do Governo.
A deficiência no ensino nas áreas das Ciências Exatas e Biológicas nas escolas públicas tem sido refletida nas médias dos alunos em provas como Enem, por exemplo, na edição 2010, a diferença na nota média entre alunos da rede pública e privada era de 90 pontos a mais para o segundo grupo.
Fonte: O Mossoroense
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