sexta-feira, julho 20, 2012

Presos divergem sobre atear fogo


Marcelino Neto/Blog O Câmera
Primeiro momento: perito Joaquim (ao centro) passa instruções para os policiais, antes de começa

Os quatro suspeitos de envolvimento direto e indireto na morte do professor universitário Carlos Magno Viana Fonseca apresentaram versões praticamente idênticas durante a reconstituição do crime, que foi realizada na noite de quarta-feira passada. A única divergência durante a reprodução foi com relação ao momento que o corpo é carbonizado. Um dos acusados acusou o colega, enquanto este afirmou que os dois praticaram o ato. Fora isso, o resto era esperado.
A investigação sobre a morte do professor, morto durante um assalto ocorrido em novembro do ano passado, em Doutor Severiano, resultou na prisão de cinco pessoas, sendo que um deles foi apenas flagrado com um telefone celular que foi roubado da vítima – foi autuado apenas por receptação. Os outros quatro são: Francisco Rafael Leite Mendes, Francisco Rodrigues de Oliveira e Elias Rodrigues Nunes, além de um jovem que tem 18 anos, mas à época tinha 17 – por isso não terá seu nome divulgado. Os quatro participaram da reconstituição, mostrando detalhadamente a sua participação.
Segundo o perito Joaquim Guimarães, do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, o trabalho da reprodução simulada transcorreu dentro do que estava previsto, apesar da divergência no fim – sobre quem ateou fogo. “Quando a investigação é bem, feita, não tem como escapar. No local do crime, os caras mostraram exatamente o que fizeram, que tinham deixado uma sandália (foi encontrada lá na reconstituição), que um óculos tinha caído (também foi achado). A temporização, os depoimentos... Tudo bateu com o que foi mostrado na reconstituição”, explica Joaquim. 
“Não tem como desmentir o que está contido nos autos”, acrescenta, reforçando o resultado positivo da reprodução. A única divergência, de acordo com Joaquim, foi no momento em que Francisco Rafael Leite Mendes e o jovem de 18 anos mostraram como atearam fogo no carro onde estava o corpo do professor Carlos Magnos. Nessa hora, um deles teria acusado o outro, enquanto este disse que os dois agiram conjuntamente. Mas segundo o perito criminalista, essa pequena contradição não influenciará no resultado final. “Isso pouco interessa. Está tudo confirmado já na investigação”, comenta.

Laudo será entregue em até 10 dias à polícia
O resultado final da reprodução simulada, realizada na quarta-feira passada pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, será entregue à Polícia Civil dentro de 10 dias. Preliminarmente, não apresentará nenhum problema referente à investigação.
Segundo adiantou à reportagem o perito Joaquim Guimarães, o processo correu dentro do esperado e as provas contidas no inquérito facilitaram a realização do trabalho.
Como os suspeitos estão presos, ele explica que o prazo para a conclusão é de dez dias.
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo Itep de Mossoró (faltam peritos e médicos legistas para cobrir a escala mensal), ele acredita que conseguirá cumprir o prazo.
“Como os réus estão presos, há uma pressa maior para concluir e entregar o laudo. Se estivesse solto, teríamos um pouco mais de tempo. Vamos correr para entregar tudo dentro do prazo”, diz o perito.
Após a conclusão do laudo da reprodução simulada, a Polícia Civil deve concluir a investigação – caso não falte nenhum outro exame pericial.
O inquérito é remetido à Justiça, que o analisa e encaminha para o Ministério Público. Este, por sua vez, avalia e decide se denuncia ou não os suspeitos indiciados no inquérito.
Após acusação do MP, a Justiça é quem se pronuncia, levando os acusados a julgamento. Eles responderão pelo crime de latrocínio, que é quando se mata para roubar – cada um de acordo com a sua participação específica no caso.

Fonte: Defato/Cidade News Itaú

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