A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta quarta-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais cinco golpistas envolvidos em atos de depredação e vandalismo registrados no dia 8 de janeiro. São as primeiras denúncias contra acusados de invadir o prédio da Câmara dos Deputados.
Os denunciados podem responder pelos crimes de:
tentativa de abolir, com grave ameaça ou violência, o Estado Democrático de Direito
golpe de Estado
dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima
associação criminosa armada
deterioração de patrimônio tombado
Agora, caberá ao plenário do STF decidir se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus. Ainda não há data marcada para o julgamento.
Outras denúncias
Até agora, a PGR já apresentou acusações contra 103 pessoas pelos atos. A PGR também denunciou:
54 bolsonaristas radicais detidos no acampamento que ficava em frente ao Quartel-General do Exército
39 pessoas que invadiram Senado
5 envolvidos em ataques ao Supremo Tribunal Federal
As denúncias são assinadas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, criado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
O que diz a PGR
Na denúncia, o MPF diz que apuração da Polícia Legislativa demonstrou que a invasão à sede do Congresso Nacional foi organizada em linhas de ataque, com manifestantes executando funções distintas e específicas.
Havia, por exemplo, grupos de linha de frente, munidos de armas como machados e pedaços de pau, e grupos de retaguarda, que davam suporte e abriam extintores de incêndio para dificultar a atuação dos policiais, relata a Procuradoria.
Ainda segundo a PGR, uma vez dentro do Congresso, os cinco denunciados teriam quebrado vidros, móveis, lixeiras, computadores, totens informativos, obras de arte, pórticos, câmeras de circuito fechado de TV, equipamentos de segurança e veículos.
"Acessaram e depredaram espaços da Chapelaria, do Salão Negro, das Cúpulas, do museu, móveis históricos e queimaram o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados, empregando substância inflamável", diz o MP.
Nas investigações, o MP enquadrou o grupo no núcleo dos executores dos atos antidemocráticos. A PGR sustentou que a atuação ocorreu por meio da convocação pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. E que o objetivo comum era o de, “com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos Poderes Constitucionais”.
O MP também pediu que sejam determinadas medidas como o bloqueio de bens e a preservação de dados digitais e postagens. A intenção é garantir a aplicação da lei e a ordem pública.
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!