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quarta-feira, janeiro 25, 2023

Atos terroristas: vídeos inéditos mostram recuo de policiais militares que facilitou acesso de invasores ao STF


Vídeos inéditos registrados por câmeras do circuito interno do Supremo Tribunal Federal (STF) e drones mostram que policiais militares do Distrito Federal recuaram diante de bolsonaristas radicais, o que facilitou o acesso dos vândalos ao prédio da Suprema Corte.


As gravações são do dia 8 de janeiro, quando as três sedes dos Poderes em Brasília foram vandalizadas. As imagens inéditas foram divulgadas pelo STF à imprensa nesta quarta-feira (25). Investigadores da Polícia Federal já haviam tido acesso ao material logo após os atos. Segundo a Corte, mais de 10 horas foram encaminhadas à PF.


Uma das gravações mostra que, na via ao lado do Congresso Nacional, a PM fazia uma contenção com homens, grades e viaturas. Os invasores estavam nas proximidades do prédio que sedia o Legislativo.



Pouco tempo depois, os policiais entram nos carros e retiram as viaturas. Fica apenas um pequeno grupo de policiais. A gravação se encerra


Em outro registro divulgado pelo STF, um caminhão do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) que era utilizado na via de acesso ao STF deixa o local e para de bloquear a avenida. O veículo desce em direção à Praça dos Três Poderes, o que também facilitou o avanço de invasores


Especialistas em segurança ouvidos pela TV Globo avaliam que houve uma falha de atuação da Polícia Militar do DF para evitar o avanço dos bolsonaristas radicais.


O g1 perguntou à PMDF o motivo do recuo, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.


Também foi divulgado vídeo que mostra policiais militares chegando ao STF e demorando a formar um cordão de proteção ao prédio.


Em outra gravação, é possível ver que o STF emprestou equipamentos para a PM, como capacetes e cassetetes.


O grupo radical se aproxima do STF. Segurança do Supremo jogam bombas. É possível ver vândalos bolsonaristas com máscaras e encapuzados derrubando grades de contenção


Os bolsonaristas também utilizaram, conforme mostram as imagens, grades de contenção e barras de ferro para quebrar vidros do STF e acessar o prédio.


A retomada do STF só começa por volta das 16h30, com a chegada de uma equipe especial da Polícia Federal. A invasão começou por volta de 15h25.


A TV Globo apurou que os vidros do STF já tinham um sistema antivandalismo e a Corte estuda adquirir novos vidros com blindagem.


Segundo levantamentos feitos nos prédios vandalizados, o prejuízo para o STF é de, ao menos, R$ 5,9 milhões.


Ações na área interna do STF


As imagens divulgadas também mostram os vândalos entrando no edifício-sede do STF após quebrarem os vidros do Salão Branco, localizado próximo ao plenário. O local dá acesso ao corredor em que são guardadas as togas dos ministros.


O vídeo mostra os vândalos tentando arrancar uma das portas dos armários que guardam a vestimenta dos ministros. Um dos golpistas, ao perceber que estava sendo gravado, atira um objeto contra a câmera e a derruba.


Outro vídeo mostra integrantes da PMDF no interior da sala onde bustos históricos são expostos. O local fica em uma das entradas do edifício sede, de frente para a Praça dos Três Poderes. É possível ver manifestantes se aproximando ao fundo.


Bombas não-letais são disparadas do lado de fora. Quando bolsonaristas se aproximam da entrada, não encontram resistência. Os radicais derrubam os detectores de metal e um deles ergue um exemplar da Constituição. Outro golpista percebe a câmera de segurança e a derruba com uma maca hospitalar.


Gravação também divulgada pelo STF mostra golpistas saindo do plenário, que foi destruído, e se encontrando com outros que haviam entrado pela sala em que estavam expostos os bustos. Eles derrubam cadeiras e um painel. A água que inundou o plenário começa a escorrer para fora.


Quadro danificado e toga furtada

Um dos vândalos usa uma mangueira para atenuar os efeitos do que parecer ser gás lacrimogêneo, danifica uma obra de arte chamada do artista plástico Masanori Uragami e inunda o corredor de acesso ao plenário.


Ainda nas imagens, é possível ver um dos golpistas saindo com uma toga utilizada por ministros da Corte 


Reações

No dia dos atos terroristas de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF, medida avalizada posteriormente pelo Congresso.


O Supremo Tribunal Federal afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias.


O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado e preso. O comandante da PM no dia dos ataques golpistas, coronel Fábio Augusto, foi preso e destituído da função.


Até o momento, cerca de mil pessoas suspostamente envolvidas nos atos golpistas estão presas.


A Justiça Federal já determinou o bloqueio de mais de R$ 18 milhões em bens de pessoas e empresas que teriam participado do ato. Os recursos seriam utilizado para reparar os danos aos prédios do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e do Congresso.


Fonte: g1

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