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terça-feira, outubro 18, 2022

Pais denunciam professora da rede municipal por incitar violência entre alunos: 'Ele tinha que bater em você pra você aprender!'

Pais de alunos de uma escola municipal em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, estão denunciando uma professora por incitar a violência. Em um vídeo gravado dentro da sala de aula, a professora aparece incentivando um aluno a bater no outro depois de um desentendimento entre as crianças.


“A marca do seu dente aqui, João. Ele tinha que bater em você pra você aprender. Pode bater nele, Maurício, se quiser. Fique à vontade”, disse a professora.

O incentivo para bater veio da professora Andréia Cristina. As imagens mostram o momento em que ela fala com dois alunos, de 10 anos de idade. Um menino tinha dado uma mordida no colega e ela orienta o outro a revidar.


O vídeo foi gravado numa sala de aula da quarta série, na semana passada. Eram 10h. Mas a ideia do vídeo veio bem antes.


Alguns alunos já tinham conversado com os pais sobre o comportamento da professora.


Professora é filmada incentivando a violência dentro de sala de aula — Foto: Reprodução/TV Globo


O plano começou no dia em que a filha de Sheila Lima da Silva chegou em casa chorando.


“A professora, os alunozinhos brigarem, ela em vez dela apaziguar a situação, resolver com a diretora, não. Bota um sentado e fala: ‘agora dá nele, se ele te bater você tem que bater nele. Bater na cara’”, disse.


“Como outras mães já vieram aqui e já falaram e não deu em nada, eu falei: 'eu preciso que vocês gravem alguma ação dela pra denunciar ela'. Eu dei o celular pra minha filha, minha filha veio e gravou.”


Sheila disse que o menino que aparece de capuz no vídeo é autista. Ela também informou que não há nenhum professor mediador na turma. Todo aluno autista tem direito a um profissional exclusivo para auxiliar dentro da sala de aula.


“Ele é um autista e deve estar agressivo porque a professora é agressiva na sala de aula. Ela não sabe falar com amor e carinho com as crianças, só bater, gritar, xingar, fumar dentro da sala de aula”, conta Sheila.


A filha de Cleiton Complinio estuda na mesma turma e disse que recebeu a mesma orientação violenta da professora.


“Duas semanas atrás, minha filha chegou em casa com o olho roxo, com a parte do olho roxo, e eu fui e perguntei pra ela. Ela tinha até comentado comigo: ‘não, pai, a professora mandou até eu dar outro tapa porque não podia me bater e eu ficar quieta, entendeu? Só que eu não bati’, falou Cleiton.


A professora Andréia Cristina em sala de aula — Foto: Reprodução/TV Globo


Os pais relataram que, apesar dos incentivos, as crianças não bateram nos colegas. A maioria estuda junto desde pequenos.


A turma da professora Andréia tem quatro horas e meia de aula, todos os dias. O cartaz na porta diz que lugar de criança é na escola, mas a filha de Viviane Ribeiro de Sá agora tem medo de entrar.


“Minha filha tem medo de vir pra escola, ela gosta de estudar, mas ela tem medo de sofrer represália tanto da professora quanto da diretora."


"Ela pega nos braços com violência, ela grita no ouvido, ela chega em casa reclamando de dor no ouvido devido aos gritos. Eu já estive na escola, procurei a direção, falaram que iam tomar uma providência e nada. Dizem que vão fazer, mas fica só em palavras.”


O que diz a Secretaria de Educação

A Secretaria Municipal de Educação disse que repudia e não compactua com nenhuma atitude violenta de qualquer profissional da rede e que a postura da professora não representa o trabalho realizado pelos profissionais da rede.


A secretaria afirmou, ainda, que abriu sindicância na escola para apurar os fatos e tomar as devidas providências o mais rápido possível, e que a professora Andréia Cristina foi afastada.


O RJ1 não conseguiu localizar a professora.


Fonte: g1

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