Rússia e Ucrânia se acusaram nesta quinta-feira (11) de realizar novos bombardeios na área da usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia.
Os dois países relataram que houve cinco ataques com foguetes perto de uma área de armazenamento de material radioativo da usina, a maior da Europa, localizada no sul da Ucrânia.
A empresa operadora das usinas ucranianas, Energoaton, anunciou que um dos ataques perto de um dos seis reatores causou muita fumaça e danificou sensores de radiação.
A usina Zaporizhzhia, perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnieper, possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências.
Situação é grave
A situação na usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, é "grave", alertou o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, nesta quinta-feira no Conselho de Segurança da ONU.
"Reitero que é uma situação séria, grave" e que a AIEA precisa ser autorizada a entrar "o mais rápido possível" para avaliar a situação da maior usina nuclear da Europa.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu o "fim imediato" de todas as atividades militares em torno da instalação e alertou que a continuação das hostilidades poderia "levar a uma catástrofe".
Os Estados Unidos defenderam a ideia de criar uma zona desmilitarizada ao redor da usina.
Usina está sob controle russo
A usina ucraniana em Zaporizhzhia passo para o controle das tropas russas em 4 de março, logo após o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. A Ucrânia acusa a Rússia de ter enviado tropas para as instalações da usina e de ter estocado armas.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que a Rússia pode causar um incidente "ainda mais catastrófico do que Chernobyl", referindo-se ao desastre nuclear de 1986 no norte da Ucrânia, quando o país ainda fazia parte da União Soviética.
"A Rússia transformou a usina nuclear em um campo de batalha", disse Zelensky em um discurso por videoconferência em uma reunião de doadores em Copenhague.
Fonte: g1
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