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quinta-feira, agosto 11, 2022

Irmã de Kim Jong-un, da Coreia do Norte, diz que o líder trabalhou mesmo com febre, e plateia de funcionários públicos chora emocionada

Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, da Coreia do Norte, fez um discurso na quarta-feira (10) em que insinuou que ele teve Covid-19, mas continuou a trabalhar —o público que a ouvia, formado por dirigentes de governo, chorou enquanto ela falava da doença do irmão.


Kim Jong-un e Kim Yo-jong em 27 de abril de 2022 — Foto: Pool da imprensa da Coreia do Norte/Via Reuters


“Apesar de ele estar seriamente doente, com uma febre alta, ele não conseguia deitar por um momento, porque pensava no povo que ele precisa cuidar até o fim da guerra contra a epidemia”, ela afirmou. O discurso foi transmitido pela televisão estatal da Coreia do Norte.


‘A culpa é dos panfletos’

Ela não descreveu em minúcias a infecção do irmão. No discurso, ela culpou a Coreia do Sul pelo surto de infecção de Covid-19 na Coreia do Norte —segundo ela, panfletos que os sul coreanos jogaram na região da fronteira causaram as infecções.


Há anos, as pessoas que fugiram do paíse os ativistas contra o regime usam balões para jogar panfletos contra o governo do regime de Kim Jong-un no território da Coreia do Norte (eventualmente, também enviam remédios, comida e outros itens). Essa prática havia sido proibida na Coreia do Sul em 2020, mas voltou a ser liberada pelo novo governo sul-coreano.


Vídeo sobre Covid-19 na Coreia do Norte — Foto: Kim Hong-Ji/Reuters


Yo-jong, a irmã de Jong-un, criticou o novo governo da Coreia do Sul e descreveu o país vizinho como o “principal inimigo, invariavelmente”. Ela está incomodada com o fato de o novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ter liberado os balões com panfletos.


"Não podemos mais ignorar o fluxo ininterrupto de lixo da Coreia do Sul", disse ela, ameaçando "eliminar" as autoridades sul-coreanas.


"Nossa resposta deve ser uma retaliação mortal", afirmou ela.


Sem dados sobre Covid-19

O discurso televisionado foi feito para que os governantes da Coreia do Norte declarassem vitória no combate ao coronavírus e, ao mesmo tempo, jurar que haverá uma retaliação mortal contra os inimigos do sul.



O governo acabou com as medidas de restrição que haviam sido impostas em maio.


A Coreia do Norte deve manter uma barreira antiepidêmica “de aço” e intensificar o trabalho contra a epidemia até o fim da “crise global de saúde", noticiou a agência de notícias norte-coreana KCNA nesta quinta-feira.


A Coreia do Norte nunca confirmou quantas pessoas pegaram Covid-19 —aparentemente, o país não tem meios para fazer testes.


Houve relatos diários do número de pacientes com febre, uma contagem que subiu para cerca de 4,77 milhões, mas não houve nenhum novo registro de casos desde 29 de julho.


Kim e sua irmã fizeram um discurso em uma reunião onde havia milhares de funcionários públicos desmascarados e em ambientes fechados.


Fonte: g1

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