Após apelos, Rússia pede à ONU reunião sobre usina nuclear com risco de acidente na Ucrânia

Após apelos da comunidade internacional por conta do risco de um acidente nuclear, a Rússia pediu nesta segunda-feira (22) ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma reunião especial sobre a usina nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia.

Soldado russo vigia central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, a maior da Europa, em 4 de agosto de 2022. — Foto: Alexander Ermochenko/ Reuters

A planta, a maior da Europa, está sob domínio de Moscou desde março. Nas últimas semanas, a central tem sido alvo de bombardeios e a ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertaram para um alto risco de acidente nuclear. Ucrânia e Rússia se acusam mutuamente pelos ataques ao local.

Segundo a agência de notícias russa RIA, o vice-embaixador da Rússia para a ONU, Dmitry Polyanskiy, pediu que a reunião seja realizada na terça-feira (23).

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Ivan Nechaev, rejeitou na quinta-feira (18) uma proposta do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de desmilitarizar a área em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia.

A Ucrânia afirmou na sexta-feira (19) que as forças russas planejam desligar blocos de energia em funcionamento e desconectá-los da rede elétrica ucraniana.

Apesar dela estar ocupada pela Rússia desde março, a ameaça de um risco nuclear ganhou atenção após a usina ser alvo de bombardeios nas últimas semanas. Nenhum ataque até o momento causou danos à estrutura ou liberou material radioativo, mas já danificou sensores e feriu funcionários.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse no início do mês que a usina, que segue sendo administrada por técnicos ucranianos, estava "extremamente vulnerável" a um colapso e que todas as medidas de segurança haviam sido "violadas" pelas forças russas.

Os governos da Rússia e da Ucrânia se acusam mutuamente pelos ataques recentes.

O governo russo afirma que militares ucranianos haviam atingido a instalação e culpa a Ucrânia pelo risco de um desastre nuclear. Kiev tem usado a estratégia de atacar pontos ocupados pela Rússia em seu próprio território, mas nega bombardear Zaporizhzhia e afirma que é a Rússia a responsável pelos ataques.

Não foi possível confirmar de forma independente as alegações dos dois lados em conflito.

A usina de Zaporizhzhia é responsável por cerca de 20% da energia elétrica da Ucrânia. 

Fonte: g1