quarta-feira, setembro 22, 2021

PF faz novas buscas no DF em operação contra tráfico de drogas em aviões da FAB

A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (22), três mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal, em uma operação contra tráfico de drogas em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).


Mala e os 39 kg de cocaína apreendidas com militar da FAB preso na Espanha — Foto: Guarda Civil de Sevilla


A TV Globo apurou quem um dos alvos da operação foi preso em flagrante por posse de drogas. Na casa dele, os agentes encontraram, além dos entorpecentes, uma balança de precisão e R$ 80 mil. O homem, que não é militar, foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília


Esta foi a terceira etapa da operação Quinta Coluna. As investigações tiveram início após a prisão de um sargento brasileiro na Espanha, com 37 quilos de cocaína (relembre abaixo). Segundo a PF, a ação apura a atuação de associação criminosa formada para remeter drogas para a Europa a partir de aeronaves militares.


Ainda de acordo com a PF, "as medidas judiciais buscam novas provas em torno do núcleo responsável por recrutar 'mulas' para realizar o tráfico de internacional de drogas nos aviões da FAB." A corporação não divulgou as identidades dos alvos da ação.



Questionada pelo g1, a FAB não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.


Fases anteriores

Um suposto esquema de envio de entorpecentes por meio de aviões militares veio à tona após a prisão do sargento brasileiro Manoel Silva Rodrigues, em junho de 2019, em Sevilha, na Espanha. Ele transportava a droga em voo da comitiva presidencial. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não estava na aeronave.


Em fevereiro deste ano, a PF deflagrou a primeira fase da operação Quinta Coluna. Além do uso de aeronaves militares para o tráfico, os investigadores apuram um esquema de lavagem de dinheiro. À época, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão.


Um mês depois, a Justiça determinou a prisão de outros três militares e da esposa de Manoel Silva Rodrigues, por participação nos crimes.


Segundo a Polícia Federal, os outros suspeitos se associaram ao sargento preso na Espanha, "de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas".


Em relação à lavagem de dinheiro, as investigações apontam "diversas estratégias do grupo criminoso" para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, "especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie", disse a PF.


Condenação na Espanha


Em fevereiro do ano passado, o sargento Manoel Silva Rodrigues foi condenado pela Justiça espanhola a seis anos e um dia de prisão, além do pagamento de multa de 2 milhões de euros.


Ele fez um acordo com a promotoria da Espanha e, às autoridades, contou que "se aproveitou da condição de militar" para cometer o crime.


O sargento disse ainda que deixaria a droga em um centro comercial de Sevilha. Rodrigues afirmou que foi a primeira vez que transportou drogas, mas admitiu que costumava revender no Brasil produtos comprados durante as viagens a trabalho, segundo ele, para complementar o baixo salário.



Os promotores espanhóis queriam uma pena maior para o sargento, de oito anos, mas concordaram em reduzir esse tempo porque Manoel Silva Rodrigues confessou o crime. Durante a audiência, ele falou pouco. O militar da FAB lamentou a situação e pediu desculpas ao povo espanhol.


Em setembro do ano passado, a Justiça da Espanha negou um pedido de transferência do militar. Com a decisão, ele precisa cumprir a pena integralmente no país europeu.


Fonte: G1

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