Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (22), o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, afirmou que foi incluído em um grupo de WhatsApp pelo empresário Carlos Wizard, mas que saiu por não ver situação “plausível” para continuar participando.
Wizard é investigado pela comissão de inquérito por integrar um suposto “gabinete paralelo”, grupo de aconselhamento ao presidente da República que dava recomendações com tratamentos ineficazes contra a Covid-19 e que não seguia as diretrizes da ciência e da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia.
“Esse grupo do Carlos Wizard é o gabinete paralelo de que o senhor participou. Esse grupo é o gabinete paralelo de que o senhor participou”, afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Em junho, à CPI, o empresário negou a existência de gabinete paralelo.
“Senador, eu saí do grupo, pois eu não aceitei participar. Simplesmente porque eu não via nenhuma situação que fosse plausível para ter um grupo desse”, afirmou Batista Junior.
“Quando tentaram me explicar qual era o motivo do grupo, eu não entendi. Não tinha um objetivo próprio e eu saí do grupo imediatamente. Afinal de contas, não tinha por que permanecer em algo cujo sentido eu não entendia”, acrescentou.
Ao ser questionado, o diretor da Prevent Senior disse não saber quais eram os outros integrantes do grupo.
“Eu não fiquei observando quem participava porque, assim que o próprio Carlos Wizard me colocou, eu falei: ‘Desculpa, Carlos, eu não vou participar de grupo algum’. E saí”, afirmou.
Outros integrantes
Ao longo do depoimento, senadores questionaram a relação do diretor com outros supostos integrantes do grupo de assessoramento paralelo.
Sobre Nise Yamaguchi, Pedro Benedito Batista Junior afirmou que a médica tratou pacientes que tinham o plano da Prevent Senior.
“E a doutora Nise Yamaguchi, no começo da pandemia, procurou a minha pessoa justamente para entender o que estava acontecendo naquele momento”, disse.
Senadores mostraram vídeo de uma "live" que teve, entre os participantes, o diretor da Prevent Senior e o virologista Paolo Zanotto, outro suposto integrante do grupo. Batista Junior afirmou não ter “nenhuma relação” com ele.
A Prevent Senior é acusada de ocultar a morte de vítimas de Covid-19 que receberam tratamentos ineficazes, como a hidroxicloroquina.
Há suspeita de que a operadora omitiu que a morte mãe de Luciano Hang, empresário que também integraria o gabinete paralelo, tenha sido provocada por complicações do coronavírus. Aos senadores, o executivo disse que não tinha autorização para falar sobre pacientes.
À CPI, Batista Junior disse ainda desconhecer “o que é o gabinete paralelo”. Ele também negou ter relacionamento com o governo e com a família Bolsonaro.
“Não houve qualquer aproximação que gerasse qualquer tipo de permanência ou recorrência de contato”, afirmou.
Fonte: G1
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