terça-feira, julho 27, 2021

Luis Miranda depõe à PF por 4 horas em inquérito sobre suposta prevaricação de Bolsonaro



O deputado Luís Miranda (DEM-DF) prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (27), por quatro horas, no inquérito que investiga se Jair Bolsonaro cometeu o crime de prevaricação em relação às denúncias de irregularidades na compra da vacina Covaxin.


O crime de prevaricação acontece quando o agente público atrasa ou deixa de agir segundo as regras do cargo para "satisfazer interesse ou sentimento pessoal". A PF investiga se Bolsonaro agiu assim ao ouvir denúncias e, supostamente, não agir para garantir que elas fossem apuradas.


Ao deixar a sede da PF em Brasília, no início da noite, Luis Miranda disse que falou aos policiais federais na condição de testemunha. E que entregou o próprio celular e outros equipamentos eletrônicos às autoridades, para auxiliar nas investigações.


Miranda disse ter relatado aos policiais que o irmão – o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que relatou "pressões atípicas" na compra da Covaxin – pediu ajuda de um delegado da superintendência da PF em Brasília para saber como agir após ser pressionado por superiores.


Em depoimentos à CPI e ao Ministério Público, Luis Ricardo Miranda já havia relatado a existência dessas pressões dentro do Ministério da Saúde para agilizar a aprovação da vacina do laboratório indiano Bharat Biotech. Foram essas as denúncias que, de acordo com os irmãos Miranda, Bolsonaro ouviu da dupla em março.



O nome do delegado que teria sido consultado por Luis Ricardo não foi divulgado.


Também em depoimento à PF, na última semana, o servidor do Ministério da Saúde afirmou que trocou de celular e, por isso, não poderia entregar às autoridades o aparelho com os registros da suposta pressão.


Inquérito na PF

A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O caso é conduzido pelo Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) da PF porque Bolsonaro tem foro privilegiado.


O prazo inicial para conclusão das investigações é de 90 dias, mas pode ser prorrogado.


Os irmãos Miranda dizem que, em março, foram ao Palácio do Alvorada para contar ao presidente Jair Bolsonaro sobre as supostas irregularidades no Ministério da Saúde. A dupla diz suspeitar de um esquema de corrupção envolvendo o contrato da Covaxin.


A apuração vai esclarecer se houve ou não omissão de Bolsonaro a respeito das supostas irregularidades no processo de contrato da vacina, e também se o presidente, de alguma forma, se beneficiaria pessoalmente com isso.


Fonte: G1

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