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quinta-feira, junho 21, 2018

Mais um morador de SC é reconhecido em vídeo constrangendo mulher na Rússia: 'Não participo da brincadeira'

Josué Silveira (na frente, de camiseta branca) diz que apenas posou para as imagens (Foto: NSC TV/Divulgação)
Josué Silveira (na frente, de camiseta branca) diz que apenas posou para as imagens (Foto: NSC TV/Divulgação)

Outro morador de Santa Catarina foi reconhecido no vídeo que circula nas redes sociais constrangendo uma mulher na Rússia. O consultor de negócios Josué Silveira, que reside em Palhoça, na Grande Florianópolis, afirmou à reportagem que "não participou da brincadeira". Ele diz ter entrado no meio da filmagem e saído antes do fim da gravação.

Os vídeos mostram um grupo de homens que finge cantar um hino de torcida, mas fala palavras de cunho sexual para a mulher, durante a Copa do Mundo. A nacionalidade dela não foi identificada. O Ministério Público decidiu abrir um procedimento investigatório criminal para identificar os brasileiros que desrespeitaram a mulher e divulgaram vídeo.

A atitude dos brasileiros chamou a atenção nas redes sociais e também de autoridades na Rússia. Uma advogada fez uma petição pedindo que forças de segurança apurem o caso. A jurista Alona Popova disse à TV Globo que eles poderão responder por humilhação em público e em massa e que eles estão sujeitos a pagar multa de até 3 mil rublos, o equivalente a cento e setenta e sete reais.

O primeiro catarinense reconhecido é o policial militar Eduardo Nunes, tenente em Lages. A PM deve abrir um processo administrativo contra ele e o Ministério Público reforçou a necessidade.

Josué Silveira diz estar "tranquilo" com relação a situação porque "não repete palavras". "Foi uma infelicidade estar passando pelo local e me colocar em frente a câmera. Quem me conhece sabe que de machista não tenho nada", disse à reportagem.

"Não reconheço culpa e devo desculpas apenas a minha família pela exposição", completou Josué.

Outros envolvidos
Outro homem que aparece no vídeo também foi reconhecido. Ele é Diego Jatobá, advogado e ex-secretário de Turismo de Ipojuca (PE). A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a Ordem dos Advogados daquele estado manifestaram repúdio em relação à gravação. A OAB-PE disse que vai investigar a conduta dele.

Também foi identificado no vídeo o engenheiro civil Luciano Gil Mendes Coelho. Ele é natural de Picos, no Piauí, e ex-membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia daquele estado. O profissional pediu desculpas e reconheceu o erro.

O engenheiro chegou a ser preso em 2015 durante operação 'Paradise', deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU), para desarticular esquema de desvio recursos públicos e fraudes em licitações na Prefeitura de Araripina, em Pernambuco.

Segundo as investigações, o grupo desviava verbas do Ministério da Educação que deveriam ter sido utilizados na construção de escolas, creches e quadras poliesportivas.

Crime de injúria
O Ministério Público Federal no Distrito Federal investigará o crime de injúria envolvendo o caso. Isso porque, na gravação, os homens fazem a mulher, de um outro país, repetir palavras que, em português, remetem ao órgão genital feminino sem que ela saiba.

A decisão de investigar os brasileiros foi tomada com base nos artigos 1 e 3 da Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.

Fonte: G1

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