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terça-feira, abril 11, 2017

Delegado do RN presta depoimento na Itália contra italiano acusado de homicídio em Natal

Enzo Albanese, 42 anos, foi morto no dia 2 de maio de 2014, na Zona Sul de Natal. (Foto: Canindé Pereira/Assessoria do Alecrim e Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)

O delegado Raimundo Rolim, que comandou as investigações da morte do italiano Enzo Albanese, de 42 anos, assassinado a tiros em maio de 2014, em Natal, esteve na Itália para prestar depoimento contra o acusado de orquestrar o crime, Pietro Ladogana, que também é italiano.
Pietro Ladogana responde a processo na Justiça brasileira, na 2ª Vara Criminal de Natal, mas também responde a processo na Justiça italiana. "Prestei depoimento sobre o caso no Tribunale Ordinari di Roma, no dia 5 de abril. Pietro Ladogana, atualmente, está proibido de sair da Itália, tendo seu passaporte apreendido. Se ele for condenado pelo Tribunal do Júri, como autor intelectual da morte de Enzo Albanese, pode pegar prisão perpétua na Itália", explicou o delegado Rolim.
O italiano Pietro Ladogana foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte por homicídio duplamente qualificado. Ele é apontado como mentor intelectual do crime. Além dele, também foi denunciado o policial militar Alexandre Douglas Ferreira, por homicídio triplamente qualificado, apontado como executor do homicídio.


Delegado Raimundo Rolim e o advogado Rafael Araújo, que também prestou depoimento na Itália (Foto: Cedida)Delegado Raimundo Rolim e o advogado Rafael Araújo, que também prestou depoimento na Itália (Foto: Cedida)
Delegado Raimundo Rolim e o advogado Rafael Araújo, que também prestou depoimento na Itália (Foto: Cedida)

Na época das investigações, o delegado Raimundo Rolim apontou que uma organização criminosa estaria por trás da morte do italiano Enzo Albanese, de 42 anos, que trabalhava como dirigente da comissão técnica do time Alecrim Rugby, de Natal. Ele foi assassinado a tiros no dia 2 de maio de 2014, em Capim Macio, na zona Sul da cidade.
No dia 21 de fevereiro deste ano, o juiz Alceu José Cicco intimou o italiano Pietro Ladogana, através dos advogados dele no processo, a se apresentar na secretaria da 2ª Vara Criminal de Natal, em um prazo de 45 dias. "Como ele não pode deixar a Itália, o juiz poderá determinar a prisão preventiva dele pelo descumprimento a intimação", afirma o delegado Raimundo Rolim.
Pedra de Fogo
Três pessoas foram presas por envolvimento no crime, dentro da Operação Pedra de Fogo: O mentor, segundo a polícia, Pietro Ladogana, foi detido no dia 29 de maio de 2014 no aeroporto de Fiumicino, em Roma, quando tentava embarcar para o Brasil. Em Natal, foi preso, na época, o policial militar Alexandre. Atualmente, ele responde ao processo em liberdade.
A operação foi batizada de 'Pedra de Fogo' - uma alusão ao nome do principal suspeito do crime, Pietro, versão italiana do nome Pedro, que significa pedra. O 'fogo' é porque os suspeitos passaram a 'queimar' (matar) as testemunhas que estavam delatando a suposta organização. A Polícia Civil apreendeu um total de 145 mil euros - equivalente a mais de R$ 400 mil. Outros R$ 35 mil em espécie estavam com uma testemunha, que iria ser usada para retroalimentar o esquema fraudulento operado pela organização.


Dinheiro foi apreendido na operação Pedra de Fogo (Foto: Kléber Teixeira/Inter Tv Cabugi)Dinheiro foi apreendido na operação Pedra de Fogo (Foto: Kléber Teixeira/Inter Tv Cabugi)
Dinheiro foi apreendido na operação Pedra de Fogo (Foto: Kléber Teixeira/Inter Tv Cabugi)

Parte do dinheiro,120 mil euros, estava escondido no corpo de Pietro Ladogana quando o suspeito tentava embarcar no aeroporto de Fiumicino. Também foram apreendidos vários animais de raça e um caminhão em uma das fazendas administradas pela organização, em Ielmo Marinho, além de cinco carros, sendo quatro deles importados. Um deles é um Corolla de cor Prata, que teria sido utilizado no dia da morte de Albanese.
Motivação
A motivação do crime se deu porque a vítima teria descoberto e denunciado a fraude de uma dessas empresas administradas por Pietro Landogana. A empresa é a Globo Construções LTDA, que teria adquirido a Fazenda Telha, localizada em Ielmo Marinho. A propriedade foi transferida ilegalmente para laranjas e depois para Pietro.
“Enzo era procurador de um dos sócios da empresa, fazendo a cobrança de alugueis de imóveis. Ele descobriu o esquema fraudulento e denunciou cerca de um mês antes de seu assassinato. Após a denúncia, ele passou a receber ameaças de morte, uma delas do policial militar”, detalhou Rolim.

Fonte: G1

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