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sábado, dezembro 12, 2015

Técnico de futsal faz seis reféns e mata ex-colega em hotel de SC

Josué Kaercher foi morto a tiro em hotel de Caçador (SC) na manha desta sexta, 11O técnico de futsal Josué Henrique Kaercher, do Kindermann, time de Caçador (SC), foi assassinado a tiro aos 35 anos na manhã dessa sexta-
feira (11). O autor do crime foi ex-colega de trabalho Carlos Corrêa, que foi preso em flagrante e está detido na delegacia regional da cidade catarinense. A informação foi confirmada pelo UOL Esporte.

Técnico e diretor do time de futsal feminino Pantera Negra, Corrêa foi treinador das categorias de base do Kindermann até meados de 2015, quando foi demitido. Nesta sexta, ele invadiu o Hotel Kindermann, que pertence ao mesmo proprietário do time, fez seis reféns e matou Josué.

"Ele matou e foi autuado em flagrante. Estamos concluindo o procedimento e ele será transferido para o presídio aqui de Caçador", afirmou o delegado Eduardo Mattos, da 10ª delegacia regional de Caçador.

Segundo apurou a reportagem, Josué teria pedido calma a Corrêa, que o alvejou no peito com um tiro calibre 32. No momento do tiro, outros reféns partiram para cima de Corrêa, ao que ele respondeu tentando novos disparos. Mas arma falhou e ele foi imobilizado. Entre os reféns, estava o presidente do time e dono do hotel - Salésio Kindermann. Josué ainda foi atendido por bombeiros no local e foi encaminhado ao Pronto Socorro do Hospital Maicé, mas não resistiu aos ferimentos.

Em posse de Corrêa, foram apreendidas a arma do crime (um revólver calibre 32), 55 munições e uma faca. Segundo o delegado Eduardo Mattos, a principal suspeita de motivação para o crime é vingança. 

"O autor era ex-funcionário do clube e do mesmo grupo. Foi demitido na metade do ano, então a gente acredita que esse é a motivação. Ele rendeu duas pessoas e obrigou as outras a irem no hotel", contou o delegado.

Jonathan Ribeiro/Caçador.Net
Carlos Corrêa chega detido a distrito policial em Caçador. Ele foi ferido pelas pessoas que ele ameaçava matar no Hotel Kindermann

Corrêa era técnico e diretor do Pantera Negra, tradicional time de futsal de Santa Catarina, onde o esporte é um dos mais populares. Aparentemente, ele já carregava rancor do Kindermann há algum tempo.

"Vamos festejar toda nossa trajetória até aqui e uma nova etapa que está porvir. Não podemos esquecer que se não fosse por nós, não existiria Kindermann e nem esta febre do futsal feminino que tomou conta da cidade", disse Corrêa ao site Caçador Online em 2012, em alusão aos 15 anos do Pantera Negra.

Além disso, no dia 11 de novembro passado, um texto de suposta autoria de Corrêa foi publicado no Facebook do Pantera Negra. O tom era de despedida.

"Fiz a minha história aqui. Certo ou errado conquistei meus objetivos. Iniciei o futsal feminino, fui amado e odiado. São coisas do futsal. Porém minha conduta fala por mim. Jamais me vendi ou comprei em qqer (sic.) jogo ou competição. Apenas não imaginei q havia tanta sujeira e porcaria na modalidade. Desanimei. Joguei a toalha", diz o texto publicado na rede social.

"Adeus amigos (as)…Pode ser a última vez q falo c vcs aqui…Mas me levem sempre nos seus corações", continua o texto na conclusão.

O Kindermann foi criado na década de 70. Em 1977, disputou a primeira divisão do futebol catarinense. Em 2003, fundiu-se com a Chapecoense, criando a Associação Chapecoense Kindermann Mastervet. Nesse período o uniforme da Chapecoense ganhou também listras amarelas, em referência ao Kindermann. A parceria terminou um ano depois.

Nesse período, o Kindermann passou a apostar no futsal feminino, conquistando o octacampeonato catarinense, títulos estaduais, nacionais e até internacionais. Também montou um time de futebol de campo feminino, que foi campeão da Copa do Brasil em 2015, tendo Josué Kaercher como técnico.

Em contato com a reportagem, o Grupo Kindermann informou que se pronunciará ainda nesta sexta através de comunicado oficial.

Fonte: G1

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