O presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim de Pádua Peixoto, 74, conseguiu uma liminar na Justiça suspendendo a eleição na CBF, que estava
marcada para a semana que vem.
De acordo com o juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª vara cível do Rio de Janeiro, a decisão pela suspensão ocorre "para que não se alegue no futuro dúvidas quanto ao processo eleitoral seja do autor [Delfim Peixoto], seja da própria ré [CBF] - já desacreditada por conta de sucessivos e públicos escândalos".
Segundo Olinto Filho, a realização da eleição "implicará na inexistência de eficácia dos atos lá decididos".
O dirigente, opositor do presidente licenciado Marco Polo Del Nero, entende que o pleito, marcado para a próxima quarta-feira (16), é um golpe da atual gestão contra ele.
O catarinense é atualmente o vice mais velho da entidade e, segundo o estatuto, assumiria o cargo de presidente, caso ele fique vago a qualquer momento.
Para impedir uma possível posse de Peixoto, o coronel Antônio Nunes, 79, presidente da Federação Paraense de Futebol, resolveu se candidatar, por sugestão de Del Nero. Ele é cinco anos mais velho que Peixoto.
Reprodução/Facebook/Federação Paraense de Futebol | |
Antonio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol |
Procurada, a CBF diz que não foi informada sobre a decisão e se pronunciará oportunamente. A Folha apurou, no entanto, que a entidade vai recorrer para manter a eleição, na mesma data.
Antes de a Justiça conceder a liminar, a entidade divulgou nota em que confirmava o pleito para o dia 16.
A liminar dá provimento ao pedido do cartola de Santa Catarina especialmente por três motivos:
1) Diz que não há nenhuma notícia de renúncia ou destituição de José Maria Marin, vaga que estaria sendo preenchida na eleição –Del Nero diz ter uma carta do ex-vice deixando o cargo.
2) Diz que há indícios de irregularidades na forma de convocação, feita às pressas, logo após o afastamento de Del Nero.
3) Questiona ainda a forma de licença de Del Nero, que deveria ter sido avaliada pelos outros vices, o que não aconteceu.
No processo, o cartola alega que Del Nero impôs de forma "ilegal e imoral" a convocação da eleição, por ser ele o único vice que faz oposição ao presidente licenciado.
"Como o Autor é a única voz dissidente de Marco Polo Del Nero, a sua sucessão legítima no cargo de Presidente da Entidade é mal vista pela atual administração", completa.
Fonte: Folha de São Paulo
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