O Japão reativou nesta quinta-feira (15) o reator 2 da usina nuclear de Sendai, no sudoeste do país, a segunda unidade de fissão atômica que começa a operar no país
asiático sob a nova legislação de segurança mais rígida aprovada por causa do acidente em Fukushima em 2011.
Por volta das 10h30 locais (22h30 de Brasília de quarta, 14), a Kyushu Electric Power, operadora da usina, retirou as barras de controle - usadas para inibir o processo de fissão - do reator, que ainda demorará várias horas para atingir sua fase crítica e várias semanas para começar suas operações comerciais.
A reativação desta unidade acontece apenas dois meses depois que o reator 1 de Sendai voltou a funcionar, o primeiro sob a nova legislação pós-Fukushima, considerada pelo atual governo como "a mais rígida do mundo".
O retorno às operações da unidade 1 pôs fim a um blecaute nuclear de quase dois anos no Japão, o mais longo na história do país desde que o arquipélago começou a produzir energia atômica em 1966.
No entanto, a nova legislação de segurança aprovada pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA, sigla em inglês) do país após o acidente em Fukushima não agrada aos japoneses, cuja maioria é contrária à reativação das centrais por medo de que se repita outra tragédia, segundo revelam algumas pesquisas.
O governo liderado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe defende, por sua vez, a necessidade de se retomar a produção de energia nuclear para estimular o crescimento econômico.
O Executivo estima que entre 20% e 22% da eletricidade no Japão será produzida em usinas nucleares em 2030, um número ligeiramente mais baixo que o de antes da tragédia em Fukushima, quando cerca de 30% da energia no Japão era procedente de reatores de fissão.
Dos 43 reatores em condições operativas que o país possui atualmente, 25 unidades de 15 centrais distintas já solicitaram uma supervisão da NRA para sua futura reativação.
O terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 provocaram na central de Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Seus vazamentos e emissões radioativas ainda mantêm deslocadas 110 mil pessoas que viviam em torno da central e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.
Fonte: G1
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