O presidente dos EUA, Barack Obama, está reconsiderando a retirada prometida de militares americanos do Afeganistão, segundo o jornal "The New York
Times".
Obama havia prometido trazer de volta toda a força excedente no país antes do fim do seu mandato —seu sucessor será eleito em novembro de 2016 e deve assumir o posto em janeiro do ano seguinte.
Atualmente, porém, a difusão do Taleban ao longo do território afegão é a maior desde que o regime radical foi deposto do poder central no país, em 2001.
No último dia 28 de setembro, o Exército afegão e as forças da Otan no país, comandadas pelos EUA, foram pegas de surpresa pela tomada da cidade estratégica de Kunduz, no norte, pelo Taleban. A cidade foi posteriormente reconquistada.
A presença americana também foi alvo de intensas críticas depois do bombardeio, por aeronaves dos EUA, de um hospital gerido pela ONG Médicos Sem Fronteiras, no dia 3, que deixou ao menos 22 mortos. O Pentágono afirma que o ataque foi um engano provocado por um erro operacional. Obama pediu desculpas, posteriormente, pelo ocorrido.
No momento, de acordo com o "NYT", a proposta considerada mais seriamente é a de manter entre 3.000 e 5.000 militares nas missões de contraterrorismo, conforme a sugestão do general Martin Dempsey, membro do Estado-Maior Conjunto dos EUA.
As propostas do Pentágono variam de um contingente de cerca de mil pessoas, que cuidariam, principalmente, da segurança de diplomatas americanos em Cabul, a manter a atual força, de 9.800 militares, que permitiria às forças dos EUA continuar prestando assessoria e treinamento aos afegãos.
No início de outubro, o general americano John Campbell, chefe das forças internacionais no Afeganistão, afirmou ao Congresso que aconselhou Obama a manter mais de mil militares dos EUA no país para que a capacidade de treinamento das forças locais não fosse comprometida. Ele não disse qual foi o número exato de militares recomendado.
Desde o início da incursão americana no país, em 2001, os EUA já gastaram US$ 65 bilhões—nos últimos cinco anos, a maior parte dos recursos foi utilizada na consolidação do Exército e da polícia locais. A guerra no Afeganistão é a mais longa já lutada pelos EUA em toda a sua história.
Fonte: Folha de São Paulo
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