O ex-lateral-esquerdo Kléber, 35, passou 13 anos no Corinthians. Jogou pelo clube dos 10 aos 23 anos. No profissional, conquistou
dois Brasileiros (1998, 1999), três Paulistas (1999, 2001 e 2003) e o Mundial de Clubes do ano 2000. Deixou o time em 2003 para jogar no Hannover 96, da Alemanha. No Brasil, teve destaque no Santos e no Internacional, além de passagens pela seleção brasileira.
Quanto atuava pelo Santos, em 2006, na comemoração do aniversário da Torcida Jovem, se excedeu. Com o microfone na mão, puxou o coro contra a torcida do seu ex-clube. "Galinha preta, vem cá fazer chup..."
O vídeo foi parar na Internet e a cobrança contra ele foi forte. "Eu não quis ofender a torcida do Corinthians. Eu quis fazer uma brincadeira e incentivar a torcida do Santos a ir ao Pacaembu. Era um grito de guerra da torcida e acabou tomando uma proporção que eu não imaginava. Mas não fujo da minha responsabilidade", diz ele.
Depois do episódio, Kléber se encontrou com integrantes da Gaviões da Fiel e se desculpou. "Aceitaram as minhas desculpas, mas eram cinco ou seis. E é claro que eles não iam fazer a cabeça de milhões de corintianos que ficaram com raiva, ou alguma bronca minha. Assumo a responsabilidade, mas não quis ofender".
Kléber diz que não foi legal, mas não há arrependimento. "O futebol hoje é uma coisa muito chata. Não se pode fazer mais nada, a verdade é essa. Antigamente, os jogadores faziam provocações dentro e fora de campo e as coisas eram normais, sadias. Mesmo dentro de campo você não pode fazer nada que toma cartão amarelo ou vermelho, é hostilizado pela torcida. Eu nunca fugi daquilo que eu fiz. Entendo as cobranças".
Kléber lembra que deixou o Corinthians depois da eliminação do time da Libertadores pelo River Plate, em 2003. Foi para o Hannover 96 e de lá emprestado para o Basel, da Suíça. "Foram passagens que acrescentaram muito à minha carreira. No Corinthians eu avançava muito. Na Europa, a prioridade maior era a defesa. Isso fez com que eu mudasse meu estilo. Quando eu vim para o Santos, cobravam que eu não atacava muito (risos).
Ele se recorda que no primeiro jogo da decisão de 1999, quando o Corinthians perdeu por 3 a 2 para o Atlético, o primeiro gol do adversário saiu com menos de um minuto e ele acabou marcado pela derrota, acusado de falhar no lance. "Foi uma falta de atenção minha. Depois disso, o Osvaldo de Oliveira falou que eu tinha a confiança dele e isso me marcou muito".
Kléber lembra que o técnico Alexandre Gallo o indicou para ser contratado por empréstimo pelo Santos, mas em seguida deixou o time. Depois foi treinado no clube por Nelsinho Baptista e por Vanderlei Luxemburgo. Ficou três anos e meio no time da Baixada Santista.
"Minha chegada no Santos foi tranquila. Eu sabia que poderia haver uma cobrança por eu ter jogado no Corinthians e o rival do Santos é realmente o Corinthians. Mas o que me deu segurança foi que foi que no primeiro jogo fora de casa, contra o Atlético-PR, eu e o Ricardinho fizemos uma bela jogada de tabela, como fazíamos no Corinthians. E ele fez o gol. Então deu um pouco de tranquilidade".
Kléber conta que a chegada de Luxemburgo foi fundamental. "Ele sabia como eu atuava e poderia me usar. Ele teve um tempo para me preparar e montar um esquema que a gente pudesse todo mundo atuar bem. Foi aí que o meu futebol começou a crescer pelo Santos".
No Inter, ele diz que teve a sua melhor fase, em um estágio que ele considera de seleção brasileira. "Foi um momento m que eu não tinha pretensão de sair do Santos, estava muito bem lá. Fui bem recebido, trabalhei com excelentes profissionais".
Kléber encerrou a carreira no ano passado, no Figueirense. Lá, rompeu o músculo da coxa e como a recuperação seria longa, resolver parar. Hoje, trabalha com o empresário Gilmar Veloz, que inclusive foi seu agente. "Eu busco atletas e ele está sempre me auxiliando, me dando uns toques".
Fonte: Uol
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