Apesar de um início difícil, o Corinthians passou com autoridade pelo Vasco na noite de quarta-feira. A vitória por 3 a 0 reforçou uma equipe em ascensão, ajustada em quase todos os setores, mas ainda insegura no último terço do
campo. Não há vida no setor desde que Paolo Guerrero partiu há pouco mais de três meses para o Flamengo, e não se trata apenas da forma ruim de Vagner Love.
A dificuldade de Tite está justamente em encontrar uma maneira de fazer o Corinthians jogar sem alguém com as características do peruano, que exercia plenamente o papel de referência. A equipe corintiana e Love ainda não encontraram um ponto de sintonia. Substituto de Guerrero, ele tem liberdade para se movimentar para os lados, mas ainda assim um raio de ação limitado, de certa forma.
"Não quero do Vagner um pivô", explica Tite. "Liberdade, ele tem. Mas, quero que ele esteja presente na área quando houver um cruzamento", acrescenta.
Na prática, ao citar que Love tem liberdade, Tite mostra que está disposto a adaptações. Por outro lado, ao exigir que ele esteja pronto para os cruzamentos na área, confirma que não pensa em mudanças drásticas que poderiam deixar seu camisa 9 mais à vontade. No Corinthians de Mano Menezes, por exemplo, Guerrero viveu momento especial ao sair da referência para atuar ao redor da área. Também foi em função assim, no Palmeiras, no CSKA Moscou-RUS e no Flamengo, que Vagner rendeu mais.
O que faz Tite sentir saudade de Guerrero é o aproveitamento acima da média dele em disputas pelo alto, o que para defensores do Corinthians era sempre alternativa eficiente para momentos de pressão. Se Vagner Love está na frente, a equipe precisa atravessar o campo com a bola no chão para que ele participe. Na carreira, quando incumbido de ser homem de referência, Love não foi bem. A passagem anterior de Dunga pela seleção brasileira é o maior exemplo.
O problema é que não se trata só de uma questão tática. A forma técnica de Vagner Love é a pior da carreira e tem feito Tite buscar alternativas. Homem de beirada em quase todos momentos da temporada, Luciano jogou 45 minutos contra o Vasco e, mesmo sem brilhar, apresentou outras soluções. Além de ser um finalizador exímio, tem movimentação que agrada o treinador e recursos diferentes de Love. Assim, participou diretamente do terceiro gol, feito por Elias.
No planejamento de Tite pós-Copa Libertadores também constava a presença de um novo centroavante. Teo Gutiérrez e, especialmente, o grandalhão Jonathas, preencheriam a lacuna deixada por Guerrero. Mas, sem muito espaço no orçamento, o Corinthians se vira com o que tem. Por isso é que, quando precisa de alguém com as características do peruano que hoje brilha no Fla, Tite recorre a Danilo.
"A equipe é ajustada a ele tecnicamente e vem fazer o pivô. Me lembro dele em outros jogos, a equipe vem tocando a bola nele e infiltrando. Como não tenho (outro homem de área), vou criando a equipe", analisa Tite.
Logo atrás do Atlético-MG, o treinador considera que o Corinthians ainda precisa se fortalecer como equipe para atingir o nível do adversário que venceu há duas semanas. A maior margem de crescimento está justamente em fazer render aquele que ocupar o posto que foi de Paolo Guerrero. Afinal, mesmo fora do clube há três meses, o peruano segue com o goleador corintiano da temporada com 10 gols marcados.
Fonte: Uol
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