O depoimento do tenente da Polícia Militar suspeito de matar a tiros o professor e lutador de MMA Luiz de França Sousa Trindade, de 25 anos, não convenceu o delegado Sílvio
Fernando, responsável pela investigação do assassinato. "Os percursos e os horários informados por ele não batem. O álibi é muito fraco", afirma o titular da 11ª Delegacia de Polícia Civil, no conjunto Cidade Satélite, na zona Sul de Natal, onde o tenente Iranildo Félix foi ouvido na tarde desta segunda-feira (10).
No depoimento, o suspeito afirmou ter ido à academia onde treina por volta das 8h. No entanto, segundo o delegado Sílvio Fernando, a biometria e as câmeras do local mostram que o oficial da PM chegou às 10h08, logo após o assassinato. "O crime aconteceu antes das 10h", afirma o titular da 11ª DP. Quando chegou ao local do crime, na academia Alta Performance, no conjunto Cidade Satélite, o delegado conta que Iranildo Félix já era apontado como suspeito da morte do lutador. "Muitos comentários já estavam sendo feitos nas redes sociais", diz.
Apesar de não ter sido convencido pelo depoimento, o delegado explica que ainda não tem elementos suficientes para indiciar o oficial da PM. Durante a semana estão previstos os depoimentos das testemunhas que presenciaram o assassinato. Além de Luiz de França, o professor e lutador de MMA Ademir Júnior, conhecido como 'Júnior Sustagen', também foi baleado. O disparo atingiu a perna e o atleta passa bem.
PM e lutador tiveram desentendimento
Um desentendimento entre o PM e o lutador foi confirmado pela defesa do tenente. A advogada Juliana Melo relata que o policial fez uma aula experimental no fim de janeiro na academia Alta Performance, onde o lutador foi assassinado, porém não gostou do treinamento. "Houve um desentendimento, mas nada muito grave. Não houve discussão mais pesada, nem agressão física", explica.
De acordo com a advogada, quando foi para o segundo treino o tenente decidiu não continuar e por já ter feito o pagamento adiantado da mensalidade, teve o dinheiro devolvido. "A mudança foi para uma academia da mesma rede. Se tivesse sido expulso, o oficial não poderia fazer isso", acrescenta.
Ainda segundo Juliana Melo, o tenente acredita que foi apontado como suspeito do crime devido ao desentendimento na academia e pelo fato de ser policial. "Os dois não tiveram mais nenhum tipo de contato após esse desentendimento. O oficial inclusive bloqueou a vítima nas redes sociais para não ter mais contato", afirma a advogada.
Reprodução Cidade News Itaú
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