O delegado Antônio Ricardo Nunes, da 32ª DP (Taquara), informou que o laudo pericial confirma que o corpo carbonizado encontrado em um carro é de Adriana Moura Machado, de 43 anos, que foi morta pela própria filha no fim do mês de maio. Os restos mortais da vítima foram enterrados no Cemitério de Inhaúma, Subúrbio do Rio, às 14h desta terça-feira (11).
De acordo com a polícia, o pedido de prisão preventiva de Daniel Duarte Peixoto, namorado da filha de Adriana, será enviado ao Ministério Público nos próximos dias. Ele aguarda apenas a chegada dos laudos do local da casa onde a mulher foi morta, do local onde o corpo foi encontrado e do veículo. “Se concordar com a polícia, o Ministério Público vai encaminhar o pedido da prisão preventiva à Justiça. Mas já fiquei sabendo que ela contou ao Ministério Público a mesma versão da delegacia”, afirmou o Antônio Ricardo.
No dia 7 de junho, o delegado Maurícia Mendonça, que também investiga o caso, disse que a polícia encontrou um material que pode ser sangue na casa onde uma menor de 17 anos queimou o corpo da própria mãe, no Cachambi, no Subúrbio do Rio.
"A perícia que esteve na casa ontem, detectou a presença de um material que possivelmente é sangue. Agora, nós vamos aguardar o laudo pericial com a confirmação desse material. Possivelmente, durante o enforcamento, ela [vítima] colocou sangue pela boca ou pelo nariz e pode ter pingado no chão", explicou o delegado.
Na quinta-feira (6), namorado contou que, de acordo com o que tinham planejado, a jovem mataria a vítima, depois a vestiria com a roupa do trabalho. Segundo o rapaz, foi a própria jovem quem acendeu o fósforo para queimar o corpo da mãe. O casal, segundo o depoimento, aguardou até que o corpo pegasse fogo antes de ir embora.
Imagens de câmeras de segurança também mostram o momento em que a jovem e o namorado pararam em um posto para comprar gasolina. Segundo a polícia, no banco de trás do veículo, é levado o corpo da mãe da adolescente, que havia sido estrangulada pela filha três horas antes.
Depois de comprar combustível, os dois seguiram para um terreno, em Duque de Caxias, onde queimaram o corpo. A jovem será internada em uma instituição sócio-educativa.
A menor é suspeita de matar a própria mãe, Adriana Moura de Rocha Machado, de 43 anos, na casa da família no Cachambi, no Subúrbio do Rio. Segundo a polícia, a garota é lutadora de muay thai e aplicou um golpe chamado "mata-leão" na mãe. O casal namorava há apenas quatro meses. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (6).
Reprovação do relacionamento e seguro
De acordo com a polícia, a mãe não aprovava o relacionamento e os dois teriam interesse na quantia de R$ 15 mil de um seguro da vítima. O crime foi cometido na madrugada de sábado, dia 25 de maio.
“Ela é fria e calculista. Os dois confessaram o crime. Nós quebramos o sigilo telefônico e colocamos os dois na cena do crime. Eram provas que não tinham como ser contestadas, então, eles realmente confessaram o crime”, declarou o delegado.
Morta com golpe de luta
A menina, que pratica muay thai, deu um golpe chamado mata-leão e enforcou a mãe dentro de casa. Às 4h do dia 25 de maio, ela abriu a porta da casa para que o namorado entrasse e ajudasse a retirar o corpo da casa.
A menor chegou a pedir dinheiro aos funcionários da Ourotáxi, onde a mãe trabalhava, para procurar o corpo da mãe no IML e em hospitais. Eles chegaram a dar R$ 60 à menina.
O delegado informou ainda que Daniel pode pegar de 20 a 30 anos de prisão. “Nós solicitamos que eles comparecessem ao terreno de Duque de Caxias e não temos dúvida que ela quem planejou e ela quem fez o que conhecemos como ‘mata-leão’”, afirmou Nunes.
A menor foi levada para o Degase e o rapaz para a Polinter. Ambos responderão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O delegado quebrou o sigilo telefônico do casal, viu câmeras da secretaria de segurança e ouviu testemunhas. Ele confessou o crime na quarta-feira (5) de manhã e a menor no período da noite.
Na delegacia, Daniel negou o assassinato e disse que apenas ajudou a namorada a se desfazer do corpo. Ele também disse estar arrependido por sua participação no crime. A menor confessou ao delegado que planejou e executou o crime sozinha e afirmou que o namorado a ajudou a levar o corpo.
Corpo queimado
Ainda segundo as investigações, depois que foi morta, os dois queimaram o corpo na própria casa e o abandonaram num terreno em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com o comentarista da TV Globo Rodrigo Pimentel, o legista constatou que a arcada dentária é mesmo da mãe da jovem. Ainda de acordo com Pimentel, a menor só pode ficar presa por três anos.
Na manhã de quinta (6), um parente da moça disse que desde que o relacionamento começou a menina mudou de comportamento. A família está inconformada com o crime. "A sensação é de muita tristeza. Estamos profundamente inconformados com o desfecho do caso. É triste concluir que a própria filha foi a autora", disse um parente, que preferiu não se identificar.
Amiga foi à delegacia
Fabiana Lopes era amiga de Adriana há 11 anos e esteve na delegacia na tarde desta quinta-feira (6) para cobrar explicações do casal. "Está tudo acabado. Ela [a menor] fez 17 anos agora no dia primeiro de junho. A gente sempre fazia festinha para ela. [Depois da morte da mãe], ela me ligou todos os dias. Ontem [quarta, (5)], ela me ligou 23h para dizer que tinham chamado ela na delegacia. Eu pedi que ela falasse a verdade".
Fabiana disse ainda que Adriana reprovava o namoro do casal. E que esteve com os dois um dia após o crime. "Estive com os dois dentro da casa. Abracei eles, beijei. Falei com eles que ia dar certo, que a gente ia achar a Adriana. Achei que ela [a menor] estava calma. Achei normal por ela ser adolescente, que poderia estar em estado de choque.
Pedi que ela só falasse a verdade [para a polícia]."
O caso lembra um outro assassinato que aconteceu em São Paulo e chocou o país. Em 2002, Suzanne Von Richtoffen matou os pais com a ajuda do namorado e do irmão dele, Daniel e Christian Cravinhos. Cada um deles foi condenado a mais de 38 anos de prisão.
Reprodução Cidade News Itaú
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