O pastor Gedelti Gueiros, fundador e ex-presidente da Igreja Cristã Maranata (ICM), teve a prisão convertida em domiciliar. Ele deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana, nesta terça-feira (25), e foi para casa, no bairro Praia da Costa, em Vila Velha. O benefício foi concedido, com restrições, por ele ter mais de 80 anos.
Gedelti Gueiros foi detido em casa, na segunda-feira (24), por decisão judicial. A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) e mandou prender 10 integrantes da Igreja Maranata. De acordo com o promotor de Justiça Paulo Panaro, os membros denunciados e afastados continuavam participando da administração e praticando crimes como estelionato de forma indireta.
O advogado Fabrício Campos, que faz a defesa de Gedelti, informou que entrou com o pedido de habeas corpus ainda na segunda-feira, pedindo a revogação da prisão preventiva. "Em liminar, foi dada a prisão domiciliar até o tramite final, em virtude da idade avançada do pastor", conta.
Entre as restrições, Gedelti está proibido de ir aos maanains - locais de encontros e reuniões dos membros da igreja -, a reuniões no Presbitério de Vila Velha e de manter contato com administradores da igreja ou testemunhas no processo. Terá ainda que entregar seu passaporte e não poderá sair da Grande Vitória.
Segundo o promotor Paulo Panaro, são as mesmas proibições feitas em março, quando o fundador da ICM também esteve em prisão domiciliar, e que teriam sido descumpridas na época. "Embora haja uma ordem judicial afastando-os da administração, os acusados continuavam praticando os mesmos atos ilícitos de forma indireta. Ficou claro que o ex-presidente da instituição continuava participando da administração, várias testemunhas prestaram depoimentos que relatavam essa participação", falou Panaro.
O advogado Fabrício Campos nega o descumprimento. "Todas as condições foram cumpridas. Gedelti nunca saiu de casa sem autorização do juiz. Depois, a prisão foi revogada. As proibições de comparecimento a locais onde não poderia comparecer foram revogadas por prejudicar a atividade pastoral. Ele nunca violou qualquer determinação judicial", afirma.
Presos
Além de Gedelti, o pastor Arlínio de Oliveira Rocha também está em prisão domiciliar, por problemas de saúde. Antônio Angelo Pereira dos Santos, Antonio Carlos Rodrigues de Oliveira, Antonio Carlos Peixoto, Amadeu Loureiro Lopes, Jarbas Duarte Filho, Leonardo Meirelles de Alvarenga e Wallace Rozetti permanecem no Centro de Detenção provisória (CDP) de Viana. Carlos Itamar Coelho Pimenta, advogado e militar aposentado, está preso no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.
Denúncia
Em maio, dezenove membros da Igreja Cristã Maranata, incluindo pastores, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Estadual (MP-ES) pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e duplicata simulada. Eles teriam praticado desvio de dízimo da igreja, envolvendo uma movimentação financeira de R$ 24,8 milhões, segundo o próprio MPES. Antes, em março, Gedelti e outros três membros da ICM haviam sido presos por coagir testemunhas do inquérito que investiga a igreja.
Reprodução Cidade News Itaú
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