O produtor musical do grupo Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão, que tocava na boate Kiss, em Santa Maria (RS) no dia 27 de janeiro, quando o local pegou fogo e matou 241 pessoas, disse que comprou os fogos, mas não participou do show pirotécnico que provocou o incêndio, em depoimento prestado à polícia gaúcha nesta terça-feira (12).
Os delegados que investigam a tragédia também tentaram ouvir o empresário Mauro Hoffmann, um dos sócios da casa noturna, mas foram informados pela defesa de que ele só falará em juízo.
A polícia quer interrogar nesta quarta-feira (13) o outro sócio da casa, Elissandro Spohr. O advogado dele, Jader Marques, quer ter acesso aos depoimentos de outras testemunhas para saber de acusações e informações que considera erradas. Caso não consiga, vai pedir o cancelamento do depoimento.
Depois de cruzar informações das listas de mortos, feridos atendidos em hospitais e pessoas que informaram seus nomes pela internet, a polícia acredita que mais de mil pessoas estiveram na Kiss na noite da tragédia.
Como a capacidade da casa era de 691 pessoas, o número confirmaria a superlotação. O advogado de Spohr questionou os números por considerar a internet pouco confiável e também por entender que a lotação conhecida é de um projeto antigo da boate, que teria aumentado sua capacidade posteriormente.
Spohr, Hoffmann, Leão e também o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos estão presos preventivamente na Penitenciária de Santa Maria como principais suspeitos pela tragédia. A polícia vai concluir o inquérito nos próximos dias e pode apontar também outras pessoas como responsáveis pelo incêndio, por negligência na emissão de documentos e fiscalização.
Reprodução Cidade News Itaú
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