A Polícia Civil de Rondônia diz que partiu de dentro do presídio Urso Branco, em Porto Velho, a ordem para os ataques a seis carros destruídos em incêndios na madrugada de quarta-feira (20).
No mesmo dia, chegaram à capital de Rondônia três presos transferidos de Santa Catarina em razão da série de ataques orquestrados pelo crime organizado no Estado.
Nesta quinta-feira (21), o delegado Jeremias Mendes de Souza, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, afirmou que a ação criminosa foi planejada dentro do Urso Branco.
Trata-se de uma reação à transferência dos presos, segundo Souza. Ninguém envolvido nos ataques foi preso até agora.
"A ordem veio do Urso Branco porque os detentos estão revoltados com o tratamento dado aos presos de Santa Catarina. Como reação, eles prometeram queimar carros e ônibus em Porto Velho", disse.
Os presos de Santa Catarina foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho. Segundo as investigações, eles têm ligações com o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), facção criminosa suspeita de estar ordenando atentados no Estado desde 30 de janeiro.
Ao todo, foram registrados 111 ataques a bases da polícia e incêndios a carros e ônibus.
Souza disse que os detentos do Urso Branco também aproveitaram o momento para chamar a atenção do país para a superlotação e castigos que acontecem dentro do presídio.
O Urso Branco tem capacidade para 456 pessoas, mas abriga atualmente 676 presos.
Na madrugada de hoje, segundo ele, a polícia conseguiu evitar outro ataque criminoso. "Desta vez seriam destruídos mais carros e ônibus, tal como aconteceu em Santa Catarina", disse Souza.
Ele afirmou que a polícia já identificou cinco suspeitos de executarem os ataques em Porto Velho. Os detentos do Urso Branco que planejaram e ordenaram os ataques já foram identificados.
"Cada suspeito executor do plano ganharia R$ 2 mil por noite de ataque", disse o delegado.
Na manhã desta quinta-feira, o coordenador das investigações, delegado Francisco Alencar da Silva, pediu à Justiça o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos para colher provas.
Conforme uma perícia realizada nos carros incendiados, os suspeitos usaram coquetéis molotov para atear fogo nos veículos, todos sucateados.
A investigação não descarta o envolvimento dos donos desses carros nos crimes.
Os ataques aconteceram por volta das 2h de ontem. O Corpo de Bombeiros foi chamado para apagar incêndios em seis carros. Dois estavam estacionados em frente a uma oficina, e outros três em residências.
Os ataques aconteceram em ruas diferentes no bairro Nova Porto Velho, na zona leste. Outras quatro tentativas de ataques a veículos foram registradas. Não houve feridos.
Reprodução Cidade News Itaú
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