A uma semana da renúncia do papa Bento 16, marcada para 28 de fevereiro, os jornais italianos voltaram a relacionar a decisão do pontífice com a investigação do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, chamada de Vatileaks. Na edição desta quinta-feira (21), o "La Reppublica" apontou um relatório com cerca de 300 páginas sobre o escândalo como estopim para Bento 16.
"Não espere comentários, negações ou confirmações sobre este assunto". Essa foi a resposta do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, quando foi questionado pelos jornalistas sobre o conteúdo do documento escrito pelos cardeais Julian Herranz, Salvatore De Giorgi e Josef Tomko.
Lombardi, durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã, confirmou a existência do relatório entregue ao papa em dezembro de 2012. "A comissão fez o seu trabalho e entregou o relatório nas mãos do santo padre", completou o porta-voz.
O conteúdo do documento é sigiloso, mas, conforme o "La Reppublica", especula-se que os cardeais não mediram palavras para revelar casos de mau uso de dinheiro, disputas de poder, relações homossexuais dentro da Cúria Romana.
"Nós não estamos correndo atrás de todas as especulações, fantasias ou opiniões que são levantadas sobre a renúncia. E não espere por entrevistas com os três cardeais, porque a linha concordou em permanecer em silêncio e não divulgar informações sobre este tópico."
Antecipação do conclave
O porta-voz do Vaticano reiterou nesta quinta-feira (21) a possibilidade de Bento 16 publicar um "Motu Proprio" para antecipar o conclave e modificar algumas das regras relacionadas às orações e aos rituais da eleição do novo pontífice.
Mas, Lombardi esclareceu que o documento não irá mudar drasticamente o processo da votação. "Seria tocar apenas pontos de esclarecimento, não substanciais", destacou. Segundo ele, ainda não há prazo para a publicação do "Motu Proprio".
Reprodução Cidade News Itaú
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