quarta-feira, agosto 28, 2024

Justiça do DF condena, pela segunda vez, homem que atacou ministro Cristiano Zanin, do STF, no Aeroporto de Brasília

Ministro Cristiano Zanin durante Sessão plenária no STF, em imagem de arquivo — Foto: Gustavo Moreno/SCO-STF


A Justiça do Distrito Federal condenou, pela segunda vez, o homem que atacou o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto de Brasília. O caso ocorreu em janeiro de 2023 .


A nova sentença contra Luiz Carlos Basseto Júnior é de quatro meses de detenção, em regime aberto, pelos crimes de ameaça e incitação ao crime, além do pagamento de R$ 10 mil em indenização. Em julho, Luiz Carlos Basseto Júnior já havia sido condenado a pagar a uma indenização de R$ 10 mil por injúria.



O g1 não conseguiu falar com a defesa do empresário. À Justiça, Basseto Júnior admitiu que fez os xingamentos, mas disse que não imaginou que tais fatos pudessem ser considerados uma ameaça.


Na decisão, a juíza Mariana Rocha Evangelista, da 6ª Vara Criminal de Brasília, afirma que para configurar o crime de ameaça "basta que a vítima tome conhecimento do mal prometido, independentemente de real intimidação, desde que o sujeito ativo possua capacidade para realizar a ação. No caso concreto, todos os elementos restaram demonstrados".


Segundo a magistrada, "o argumento defensivo de que as ameaças foram proferidas irracionalmente, sem qualquer intenção de incutir temor na vítima, não retira o cunho ofensivo de sua conduta criminosa, bastando tão somente o conhecimento desta dos impropérios ditos pelo acusado para que se configure o delito em análise".


Os ataques ao ministro

O caso foi em janeiro de 2023, quando Zanin ainda atuava como advogado do presidente Lula (PT). Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra que Luiz Carlos Basseto Júnior começou a filmar Zanin no Aeroporto de Brasília e o chamou de "bandido" e "corrupto".


O empresário, que usou outros termos ofensivos, perguntou também o motivo de o advogado não estar no avião do presidente. Em seguida, ele passou a ameaçar a vítima: "Vontade de meter uma mão na orelha em um cara desses".



Além disso, disse que o advogado "tinha que tomar um pau de todo mundo [sic]". Os ataques ocorreram três dias após o 8 janeiro, quando golpistas invadiram e depredaram as sedes dos prédios dos três poderes, em Brasília.


À época, Luiz Carlos Basseto Júnior afirmou que não teve a intenção de incitar outras pessoas para crimes contra o ministro, sendo que fez uso de medicações para viajar e que havia compartilhado o vídeo apenas com amigos e familiares, uma vez que não possui redes sociais e que tomou conhecimento da repercussão do caso horas depois.


Basseto Júnior também ressaltou que se sente arrependido dos fatos e que gostaria de se desculpar com a vítima.


Fonte: g1

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