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terça-feira, julho 16, 2024

'Fiquei em choque ao ver o presidente' diz ex-advogada de Flávio Bolsonaro ao ver Bolsonaro em reunião sobre rachadinhas



A advogada Juliana Bierrenbach, que defendia o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em investigação sobre suspeita de rachadinha enquanto era deputado no RJ, disse que ficou "em choque" ao entrar na sala e se deparar com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em reunião para tratar do caso.


"Eu não tinha a menor ideia [de que ele estaria presente] e fiquei em choque ao ver o presidente."

A reunião, que ocorreu em setembro de 2020, contou com a presença do ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem e com o general Augusto Heleno, à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O senador não estava presente na reunião. A defensora deixou o caso em abril de 2022.


Após alguns minutos dentro da sala bom Bolsonaro, Ramagem e Heleno, a advogada conta que entendeu que precisava atuar profissionalmente e começou a explicar aos presentes qual tinha sido o resultado de sua investigação. "Falamos de uma possibilidade de o Flávio ter sido alvo de um esquema dentro da Receita Federal."


Antes de entrar na reunião, Juliana conta que ela e a colega que também participou, tiveram que deixar o seu celular na entrada da sala, o que "impediria qualquer tipo de gravação". Ainda, ela contou que não sabia que o encontro estava sendo gravado.


Juliana Bierrenbach disse que "não fazia ideia" do que Alexandre Ramagem estava fazendo na reunião e que o viu pela primeira vez na ocasião. Além disso, afirmou que o ex-cfefe da Abin "jamais orientou nada".


"Não fazia ideia do que ele estava fazendo lá [na reunião]. Nunca tinha tido contato com ele. Foi a primeira vez que vi o Ramagem. Ele jamais orientou nada. Não havia nenhuma orientação do Ramagem. É um equívoco dizer que ele tivesse feito alguma investigação", disse Juliana.


Segundo a advogada, as atribuições de Ramagem não permitiriam que ele realizasse as investigações. "Quando eu peguei o caso, ele foi investigado por mim, por mais ninguém".


Na segunda-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) retirou sigilo de gravação em que Bolsonaro debateu ações para blindar seu filho número "01" com Ramagem e com o general Augusto Heleno, à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Juliana e outra advogada que representavam Flávio Bolsonaro estavam presentes.


A PF diz que foi discutida proteção a Flávio contra investigações. No áudio, Bolsonaro sugere entrar em contato com funcionários públicos, usar agências e órgãos do estado para ter informações que pudessem auxiliar a defesa de seu filho.


Bolsonaro, conforme transcrição da PF, debate dados produzidos pela Receita Federal e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) com advogadas, com ministro do GSI e com o comandante da Abin.


Em determinado trecho, Bolsonaro fala que o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, prometeu resolver o caso de Flávio Bolsonaro em troca de uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).


Segundo a Polícia Federal na investigação da Abin paralela, o áudio da reunião possivelmente foi gravado por Ramagem.


Fonte: Blog da Andréia Sadi

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