terça-feira, outubro 31, 2023

TSE forma maioria para aplicar nova inelegibilidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria nesta terça-feira (31) para aplicar uma nova inelegibilidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A maior parte dos ministros entendeu que Bolsonaro cometeu abuso de poder político ao usar as comemorações oficiais do 7 de Setembro de 2022 para fins eleitorais.


Há votos neste sentido do relator dos processos, o ministro Benedito Gonçalves, e dos ministros Floriano Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia.


O ex-presidente já tinha sido condenado, em junho deste ano, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em outra ação, que levou a Corte a declará-lo inelegível por oito anos, até 2030.


A nova inelegibilidade não vai se somar à sanção já aplicada em junho (entenda mais abaixo).


Os ministros ainda analisam se vão aplicar multa ao ex-presidente e se o seu candidato à vice, Braga Netto, também será condenado.


Cabe recurso dentro do próprio TSE tanto se houver condenação quanto se houver arquivamento dos processos.


É possível ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso as partes entendam que houve violação da Constituição.



Histórico

As ações analisadas pela Corte Eleitoral se referem à disputa eleitoral do ano passado. O PDT e a então candidata à Presidência, a senadora Soraya Thronicke, autores dos processos, apontaram que os dois teriam cometido abuso de poder político e econômico, além de conduta proibida a agentes públicos nas eleições.


Segundo as acusações, a campanha de Bolsonaro teria usado as comemorações oficiais do evento para garantir vantagem na disputa eleitoral - com discursos, fotos com eleitores e divulgação de propaganda eleitoral.


Advogados do ex-presidente e candidato a vice defendem que os processos sejam arquivados sem a análise do conteúdo, por questões processuais. Também negam irregularidades. Alegaram que Bolsonaro compareceu aos eventos na condição de presidente da República e não teve comportamentos eleitorais.


O Ministério Público Eleitoral apresentou parecer pela inelegibilidade do ex-presidente e pela absolvição do vice.


Outros processos

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo TSE em junho deste ano em uma das ações de que é alvo, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.


O caso analisado pela Corte Eleitoral envolveu a reunião do então presidente com embaixadores, em julho de 2022, na qual Bolsonaro fez ataques sem provas à urna eletrônica e ao sistema eleitoral.



No dia 17 de outubro, o tribunal concluiu o julgamento de outras três ações contra o político do PL - elas tratavam sobre o uso de residências e palácios oficiais para transmissões eleitorais e foram arquivadas.


Consequências

O ex-presidente já está fora das próximas eleições pela inelegibilidade aplicada no julgamento que discutiu o caso da reunião com embaixadores. Mas, em tese, por uma questão de dias, poderá concorrer em 2030.


A inelegibilidade decidida em outras ações não se soma à primeira punição.


Mas, se for aplicada, será mais uma sanção que a defesa terá de tentar derrubar em recursos, para garantir que Bolsonaro volte às urnas


Fonte: g1

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