quarta-feira, outubro 04, 2023

CPI dos Atos Golpistas cancela sessão desta quinta e não prevê mais depoimentos até leitura do relatório


A CPI dos Atos Golpistas cancelou a sessão marcada para esta quinta-feira (5), que tomaria o depoimento do policial militar Beroaldo José de Freitas Júnior. Ele atuou na contenção aos ataques de 8 de janeiro.


Com a medida, não deve haver novos depoimentos na comissão. Na sessão de terça (3), o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que a oitiva de Beroaldo seria a última, e que não seriam realizadas sessões na próxima semana.


A apresentação do relatório da comissão pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) está marcada para 17 de outubro.


Em nota, Arthur Maia afirma que "diante da expectativa de baixo quórum para oitiva e do enfoque maior dos gabinetes na preparação do relatório final e de eventuais votos em separado, informamos que a reunião de amanhã está cancelada".


Com a decisão, a probabilidade é que o último depoimento da CPI tenha sido o do empresário Argino Bedin, investigado como suposto financiador dos bloqueios golpistas nas rodovias federais após as eleições de 2022. Ele ficou em silêncio na oitiva, na terça-feira.


Falta de acordo e leitura do relatório

A reta final da CPI tem sido marcada por dissenso entre governo e oposição. Na terça, Arthur Maia chegou a anunciar que a comissão se reuniria a portas fechadas nesta quarta (4), com "representantes da oposição e do governo", para tentar um acordo sobre os últimos depoimentos a serem tomados.


No fim da manhã, Maia desmarcou a reunião apontando "falta de acordo", e a comissão definiu os procedimentos de apresentação do relatório, que devem ocorrer da seguinte forma:


leitura do parecer de Eliziane e de votos em separado: terça-feira (17)

eventual pedido de vista poderá ser concedido, com prazo de 24 horas

discussão e votação do relatório: terá início na quarta-feira (18), às 9h

"Se não tiver pedido de vista, iniciamos o debate na terça. Certamente terá. Então, darei vista até quarta-feira. Se houver pedido de vista, darei vista até as 9h do dia seguinte. E damos início à votação", disse Maia.


O depoimento cancelado

Subtenente, Beroaldo José de Freitas Júnior é um dos policiais militares que sofreram lesões durante os ataques de 8 de janeiro.


À época primeiro-sargento, ele e a então soldado Marcela Pinno, que já foi ouvida pela CPI, foram atirados de uma das cúpulas do Congresso Nacional, a uma altura de quase três metros. Os dois foram promovidos pelo governo do Distrito Federal por “ato de bravura”.



Em depoimento à Corregedoria da PMDF, obtido pela TV Globo, Beroaldo disse quase ter sido morto. Ele classificou o episódio como o “pior de todos” os “distúrbios civis no Distrito Federal”.


“O clima no interior era de caos. A gente fala que é de caos total. Até porque a nossa tropa estava com aproximadamente 20 homens – talvez um pouco mais ou pouco menos. Mas acredito que eram mais de 200 de pessoas lá no interior do Palácio. E nós já tínhamos enfrentado eles lá fora. O ânimo deles era totalmente agressivo. Inclusive, eu quase fui morto. Eu e a soldado Marcela quase morremos nesse confronto, nesse primeiro momento. Estava ferido, fui socorrido depois disso todo ensanguentado, porque nem sabia que estava ferido. Mas depois fui identificado como lesionado”, afirmou.


Fonte: g1

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