O apresentador Fausto Silva voltou a ser internado no Hospital Israelita Albert Einstein nesta quarta-feira (20), 24 dias depois de ter sido submetido a um transplante de coração na mesma unidade para exames
Faustão tinha recebido alta há exatos dez dias. Segundo fontes da TV Globo, ele se internou para fazer exames médicos já previstos, além de diálise e fisioterapia. A alta deve ocorrer até o final de semana.
O Hospital Albert Einstein deve soltar nota ainda nesta quarta.
Alta médica
Em 10 de setembro, o boletim médico divulgado dizia que o apresentador "seguirá sob as orientações médicas e nutricionais necessárias para a reabilitação após o transplante cardíaco" .
Após a alta, ele gravou um vídeo de casa e disse que agora tem uma segunda fase, no tratamento, que inclui mais dois ou três meses de fisioterapia para a recuperação total.
“Alô galera, já saí. Estou em casa, agora iniciando uma nova fase. Mas antes, de novo: agradecimento eterno a cada um de vocês que rezaram, fizeram mensagens de solidariedade e apoio. Tudo isso me ajudou muito nessa luta pela vida. Agradecer à família do doador, a quem não tenho palavras. Vou rezar por eles pelo resto da minha vida. (...) Agora eu tenho uma segunda fase. São mais dois, três meses de fisioterapia para a recuperação”, declarou o apresentador.
Fausto Silva é acompanhado pela equipe formada pelos médicos Fernando Bacal (cardiologista), Fábio Antônio Gaiotto (cirurgião cardiovascular) e Miguel Cendoroglo Neto (diretor médico).
No vídeo de hoje, Faustão também disse que a inspiração dele para enfrentar o transplante do coração foi uma garotinha de 12 anos que esperou seis meses na fila para conseguir um órgão compatível.
“Ela ficou seis meses esperando [eu tive mais sorte com a questão do meu tipo de sangue] e ela já foi transplantada em janeiro do ano passado. E hoje está muito bem. Uma vitalidade incrível.”
“Não desista. Vale a pena o sonho. É impressionante como você pode esperar o tempo que for... A missão agora é conscientizar cada um a colaborar, para que todo mundo transforme o Brasil em campeão de doadores. E que as autoridades espalhem centros [de doação de órgãos] pelo país, para não ficar um cara do Norte ou Nordeste, ter que vir para o Sudeste [em busca de um órgão]. Eterna gratidão a todos vocês e vamos à luta”, completou.
Recuperação rápida
Na última sexta-feira (1º), Faustão já havia sido transferido da UTI para a unidade semi-intensiva.
Na quinta-feira (31), três dias depois do transplante, o apresentador gravou um vídeo para agradecer quem torceu por sua recuperação. Principalmente à família do doador do seu novo coração.
"Quero agradecer, fazer um agradecimento especial ao José Pereira da Silva, pai do Fábio, que teve uma grandiosidade incrível, uma generosidade absurda, que proporcionou que eu estivesse vivo. Eu fico emocionado, me deu a chance de viver de novo", disse Faustão.
Emocionado, disse para a família de Fábio: "Jamais esquecerei de vocês. E vou um dia agradecer pessoalmente".
Quem foi o doador?
O doador foi Fábio Cordeiro da Silva, jogador de futebol de várzea que morreu no sábado (26), vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele sonhava em ser atleta profissional e chegou a fazer testes em grandes times, como o Palmeiras.
Segundo a família, um dos órgãos que Fábio doou foi o coração. Faustão também mandou uma mensagem para José Pereira da Silva, pai do doador:
"A única coisa que eu prometo é honrar a memória do seu filho fazendo só coisas boas."
Fila para cirurgia
Faustão ocupava o segundo lugar na fila de espera por um coração, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, o apresentador foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde, que era considerado grave.
No caso do transplante de coração, a ordem de prioridade da fila de espera é definida com base na gravidade do quadro do paciente. (veja mais abaixo)
"A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção", afirmou a Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
A equipe médica do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção, que era o apresentador.
Faustão tem o tipo sanguíneo B, segundo a Central. O tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores desse grupo, é de 1 a 3 meses.
Prioridades na fila de espera
No caso do transplante de coração é considerada a gravidade do quadro do paciente para definir a ordem de prioridades na fila.
Quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa, por exemplo. A espera não leva em conta se o paciente fará a cirurgia em um hospital público ou na rede particular.
O primeiro passo é o médico responsável cadastrar o paciente na lista única de transplantes. A lista é gerida e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
Critérios para ordem na fila
Veja abaixo um resumo de como funciona o processo, com informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada;
Também é levado em consideração a gravidade do quadro - quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa;
tipo sanguíneo - um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
porte físico - alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;
e distância geográfica - o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra.
o tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS;
Fonte: g1
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