Páginas

sábado, setembro 23, 2023

Atos golpistas: após determinação de Alexandre de Moraes, empresário é preso no Espírito Santo

Empresário Marcos Soares Moreira, réu no STF por atos golpistas em 8 de janeiro, foi preso no Espírito Santo — Foto: Reprodução

O empresário Marcos Soares Moreira, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por atos golpistas do dia 8 de janeiro, foi preso no Espírito Santo (ES) nesta sexta-feira (22), de acordo com informações do superintendente da Polícia Federal (PF), Eugênio Ricas.


A prisão aconteceu após decreto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, expedido também na noite desta sexta.


Soares descumpriu medidas cautelares, como não usar redes sociais. Ele publicou vídeo com ataques a Moraes e Rosa Weber. Ele já havia sido preso anteriormente, em janeiro deste ano. Logo depois, ele foi solto, mas teve que usar tornozeleira eletrônica.


Segundo a PF, Marcos não estava em casa no momento da prisão. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), em nota da assessoria, disse que Marcos foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana II.


Num dos vídeos publicados nas redes sociais nos últimos dias, em que ataca ministros do STF, ele aparece usando o equipamento na perna.


A advogada de Marcos, Margarida da Silva, informou que tomou ciência da prisão do seu cliente, mas que ainda não conhece o teor da decisão do ministro Alexandre de Moraes. Por isso, preferiu não se manifestar a respeito.


Ricas informou ainda que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília.


Empresário defendeu tomada do poder

O empresário Marcos Moreira é morador da Serra, na Grande Vitória, já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas.


Nas redes sociais, Marcos defendeu, anteriormente, que houvesse uma tomada de poder e saiu em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


O empresário Marcos Moreira é morador da Serra, na Grande Vitória, no ES, e publicou vídeo antes de viajar para Brasília e participar dos atos golpistas. — Foto: Reprodução/Facebook


O empresário também divulgou, no passado, diversos vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava montado um acampamento golpista de bolsonaristas.


"Desprezo pela Justiça"

Ao determinar a prisão do empresário, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que, mesmo ciente da proibição de usar as redes sociais e "demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere diversas ofensas à honra dos ministros que a integram".


Imagem do vídeo citado por Moraes na decisão de mandar prender o empresário Marcos Soares Moreira por ataques a ministros do STF — Foto: Reprodução


O ministro cita, ainda, que em uma das publicações o denunciado convoca manifestantes para, no dia 12 de outubro de 2023, irem às ruas contra pauta absurda que "a Justiça está colocando para ser votada para liberar o assassinato e o homicídio de bebês". O acusado se referia ao julgamento em andamento no STF sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação.


Moraes ainda destaca que "a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão foi expressamente consignada na decisão que substituiu a custódia por medidas cautelares diversas", a qual estabelecia que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão.


Ministro do STF, Alexandre de Moraes — Foto: Adriano Machado/Reuters


A revogação foi determinada em 3 de maio, mas Marcos publicou em suas redes sociais vídeo de sua soltura em 8 de maio.


"Nesse contexto, a notícia de que o acusado descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, c/c art. 282, § 4º, ambos do Código de Processo Penal", concluiu o ministro do STF.


Redes sociais fechadas

Apesar de afirmar no vídeo em que ataca os ministros do Supremo que não temia voltar para a prisão, Marcos fechou os comentários das postagens e o seu perfil no Instagram depois de viralizar na internet, na última quarta-feira (20).


Em seu perfil, ele se apresentava como pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha.


O empresário chegou a fazer duas postagens no perfil da sua empresa nesta sexta-feira (22), mas, segundo o superintendente da Polícia Federal, foi localizado à tarde e preso. Ele não estava em casa no momento da prisão e foi levado para o Centro de Triagem de Viana. Ricas informou que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília.


Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!