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segunda-feira, janeiro 23, 2023

Novo comandante do Exército 'pensa exatamente com tudo o que tenho falado com a questão das Forças Armadas', diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (23) que "não foi possível dar certo" a relação com o ex-comandante do Exército general Júlio César de Arruda, demitido do cargo no sábado (21), menos de um mês depois de ter assumido.


Arruda foi substituído pelo também general Tomás Ribeiro Miguel Paiva. A troca no comando ocorre em meio a uma crise de desconfiança provocada pelos atos golpistas de 8 de janeiro.


"Eu escolhi o comandante do Exército [Arruda] e não foi possível dar certo", disse Lula durante viagem à Argentina.


"Eu tirei e escolhi outro comandante e tive uma boa conversa com o comandante, e ele pensa exatamente com tudo o que eu tenho falado com a questão das Forças Armadas. As Forças Armadas não servem a um político, ela não existe para servir a um político. Ela existe para garantir a soberania do nosso país, sobretudo contra possíveis inimigos externos e para garantir tranquilidade ao povo brasileiro", completou o petista.



Júlio César de Arruda havia assumido interinamente o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro.


Foi um acerto da equipe de transição de Lula com a gestão anterior para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo.


Arruda foi confirmado no cargo pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro deste ano.


No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Houve depredação e roubos no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e no Congresso Nacional.


Em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, na última quarta-feira (18), Lula disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falharam e não o alertaram da possibilidade de ataques golpistas.


Além da crítica, Lula disse na entrevista que era necessário "não politizar" as instituições militares.


No sábado (21), dia em que anunciou a troca no comando do Exército, o Ministro da Defesa, José Múcio, disse que houve uma “fratura” na confiança.


"Evidentemente que depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos e a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente no Comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança, e nós achávamos que nós precisávamos estancar isso logo de início, até pra que nós pudéssemos superar esse episódio", disse o ministro na ocasião.


Fonte: g1

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