O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira (23) em entrevista à TV Globo que o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid não assumirá um cargo para o qual foi nomeado enquanto um inquérito no qual ele é investigado estiver em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Coronel Cid, como o militar é conhecido, foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e havia sido nomeado comandante do Primeiro Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia (GO).
Ele é alvo de um inquérito no STF que apura a divulgação de dados sigilosos de uma investigação sobre um suposto ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No último sábado (21), o governo anunciou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva como novo comandante do Exército. A TV Globo apurou que um dos motivos que levaram à demissão do então comandante, Júlio César de Arruda, foi o fato de ele ter resistido a retirar Coronel Cid da função em Goiás.
"Primeiro, saber se ele [coronel Cid] está verdadeiramente indiciado ou não, né? Não pode se ele for absolutamente inocente. O benefício da dúvida tem que ser dado a ele", afirmou Múcio à TV Globo.
"Evidentemente, enquanto isso não acontecer [conclusão do inquérito], não haverá [Cid não assumirá o cargo]. Enquanto essas coisas não forem esclarecidas, não haverá", acrescentou o ministro da Defesa.
Reunião com novo comandante
Mais cedo, nesta segunda-feira, José Múcio se reuniu com o novo comandante do Exército.
Após o encontro com o novo comandante, Múcio falou com a imprensa e disse não ter passado orientações ao general sobre como lidar com as tropas.
No entanto, acrescentou que desde os atos terroristas de 8 de janeiro houve "quebra de confiança", o que tornou "muito difícil trabalhar" com pessoas "sob suspeita" – Múcio não citou nomes.
"[O encontro com o novo comandante] foi ótimo, uma conversa demorada. Ele está animado. Ele vai se reunir com os comandados", disse o ministro.
Questionado, então, se passou alguma orientação ao novo comandante, Múcio respondeu: "Não. Ele sabe melhor que eu. Quem sou eu para ensinar a ele como lidar com a tropa? Ele tem liderança (…) e as coisas estão tranquilas."
Fonte: g1
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