O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nesta segunda-feira (9) uma reunião presencial com governadores e vice-governadores das 27 unidades federativas do país. O encontro ocorre no Palácio do Planalto, que foi alvo de depredação por bolsonaristas radicais no domingo (8).
Além dos governadores, também participam:
o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin
a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber
os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso
o presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo
o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
o procurador-geral da República, Augusto Aras
o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT)
o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT)
o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB)
o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede)
e o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Edvaldo Nogueira (PDT), prefeito de Aracaju
Na abertura da reunião, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), fez um discurso em que afirmou o compromisso dos estados com a democracia e informou que as polícias militares das unidades federativas já iniciaram a desmobilização dos acampamentos golpistas.
"Entendemos a importância de não apenas emitirmos um manifesto, mas estarmos aqui presencialmente para reafirmar o compromisso dos 27 estados da federação com a democracia e nos colocar ao lado dos poderes constituídos deste país, neste momento sensível que a nação vive", disse.
Reconstrução do STF
Em seguida, a presidente do STF agradeceu a iniciativa dos governadores e disse que a destruição do plenário da Corte a "entristeceu de maneira enorme".
"Nosso prédio histórico, seu interior, foi praticamente destruído. Em especial, o nosso plenário. Essa simbologia a mim entristeceu de maneira enorme, mas quero assegurar que vamos reconstruir", afirmou Rosa Weber.
Governadora do DF em exerício
A governadora em exercício do Distrito Federal – palco dos ataques terroristas, Celina Leão (PP) disse que Ibaneis Rocha recebeu informações "equivocadas" por "infelicidade" no "momento da crise". Ele foi afastado do cargo por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
"Primeiro, reafirmar que o governador eleito Ibaneis é um democrata, é um homem que exerceu a presidência da OAB, sabe o que significa os ataques aos poderes da República. Preciso trazer esse posicionamento do nosso governador que foi interinamente afastado que, por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas no momento da crise."
"Tive a oportunidade de falar com ele e acompanhar de perto, com os ministros Alexandre Padilha, Flávio Dino, e não saiu do Ministério da Justiça até que todos os poderes tivessem minimamente controlados", disse ela durante seu discurso, que representou os governadores da região Centro-Oeste.
Aliado de Bolsonaro
Ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou.
Representando os governadores da região Sudeste, Tarcísio disse que estava "muito feliz" por participar da reunião e afirmou que a "pacificação demanda gestos do Legislativo, Executivo, Judiciário, e dos estados".
"Estou muito feliz de estar participando dessa reunião e enaltecer a capacidade de diálogo. Peço a Deus que nos proporcione sabedoria para que a gente construa a pacificação. Lembrando que a pacificação demanda gestos, gestos de todos, do Legislativo, Executivo, Judiciário, estados".
"Precisamos aprender a construir gestos para que a gente possa ter, no final das contas, desenvolvimento e dignidade. E o desenvolvimento e dignidade só serão alcançados por meio do diálogo", completou.
Governadores na reunião com Lula
Como foi destacado na fala de Helder Barbalho, governadores e vice-governadores das 27 unidades federativas foram presencialmente para o encontro.
Antônio Denarium (PL), governador de Roraima
Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão
Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná (voo atrasado)
Celina Leão (PP), governadora em exercício do Distrito Federal
Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro
Clécio Luís (Solidariedade), Governador do Amapá
Coronel Marcos Rocha, governador de Rondônia mandou representante
Daniel Vilela (MDB), vice-governador de Goiás
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul
Eduardo Riedel (PSDB), governador do Mato Grosso do Sul
Elmano de Freitas (PT), governador do Ceará
Fábio Mitidieri (PSD), governador de Sergipe
Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte
Mailza Assis (PP), vice-governadora do Acre
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará
Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia
João Azevedo (PSB), governador da Paraíba
Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina
Otaviano Pivetta (União), vice-governador de Mato Grosso
Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas
Rafael Fonteles (PT), governador do Piauí
Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais
Tarcísio de Freitas (PL), governador de São Paulo
Wanderlei Barbosa (Republicanos), governador do Tocantins
Wilson Lima (União), governador do Amazonas
O encontro foi acertado durante reunião do Fórum de Governadores, na noite do domingo.
"O Fórum dos Governadores se reuniu agora à noite e reafirma indignação e repúdio veementes diante dos atos golpistas, terroristas ocorridos em Brasília que afrontam a nossa Constituição" disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), pelo Twitter.
Objetivo da reunião: segundo Fátima Bezerra, os governadores decidiram convocar o encontro para juntar esforços ao lado dos ministérios para manter a capital federal em segurança, punir os envolvidos e recuperar os prédios depredados.
Envio de policiais
Ainda na reunião de emergência do domingo, os governadores decidiram oferecer o envio de forças policiais para ajudar na segurança da área central de Brasília.
No encontro, secretários de segurança pública dos estados avaliaram que é preciso proteger a capital federal e a democracia.
Agentes de alguns estados já foram mandados para Brasília. De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), 500 policiais de outras unidades federativas vão ajudar nos trabalhos.
Reunião com chefes dos poderes da República
Pela manhã, Lula também se reuniu com os mesmos chefes dos poderes que estavam no encontro com os governadores.
Depois da reunião, eles divulgaram uma nota conjunta em que dizem "rejeitar" os atos terroristas de bolsonaristas radicais em Brasília e pedem à população a "defesa da paz e da democracia".
A nota é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva; pelo presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo; pelo presidente da Câmara, Arthur Lira; e pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.
Ataques terroristas
Bolsonaristas radicais, golpistas e criminosos invadiram e depredaram neste domingo (8) o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília.
O ataque às sedes dos três poderes e à democracia é sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Até o fim da noite deste domingo, pelo menos 300 pessoas tinham sido presas.
O presidente Lula, que estava em SP no momento dos atentados, voltou a Brasília à noite e decretou intervenção federal para assumir a segurança pública do Distrito Federal, onde está Brasília.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afastou do cargo por 90 dias o governador do DF, Ibaneis Rocha.
Fonte: g1
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