O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou na noite desta quarta-feira (14) que o ataque do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães seja analisada pela procuradoria-regional eleitoral de São Paulo.
Moraes também determinou que a procuradoria estadual tome as providências necessárias, ou seja, que apure a conduta do deputado.
Na decisão, Moraes anexou um link de reportagem jornalística que relata a agressão.
O episódio ocorreu ao final do debate da TV Cultura entre candidatos ao governo do estado de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (14).
Vera, que é colunista do jornal "O Globo", comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura, estava na área reservada para jornalistas quando foi abordada por Douglas Garcia. Ele foi convidado ao debate pelo candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Com o celular em punho, ele se aproxima de Vera e diz que ela é "uma vergonha para o jornalismo" e a intimida. A frase é a mesma usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a jornalista durante o debate da Band entre candidatos à Presidência.
"Considerada a gravidade do ocorrido, determino o encaminhamento do referido link da matéria ao excelentíssimo senhor vice-procurador-geral Eleitoral para que possa dar o devido encaminhamento ao procurador-regional Eleitoral de São Paulo, com o objetivo de ser analisada eventuais providências que entender necessárias", escreveu Moraes.
Ministério Público abre investigação
Na tarde desta quarta, o procurador-geral da Justiça de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, instaurou uma investigação no âmbito criminal contra Douglas Garcia.
Douglas Garcia tem direito a foro privilegiado por prerrogativa de função e só pode ser processado criminalmente pelo procurador-geral.
Vera Magalhães disse, em entrevista à GloboNews, que o parlamentar agiu "deliberada e premeditadamente".
“Ele tinha uma credencial de convidado do candidato Tarcísio Freitas para me agredir, ele fez isso deliberadamente e premeditadamente porque ele postou antes nas redes sociais de que estava a minha espera. Perguntou: ‘será que a Vera Magalhães vai aparecer’? Portanto, quem se diz agora surpreso e indignado... seu partido, já devia ver que ele estava premeditando alguma coisa, pois ele fez essa postagem. Isso é lamentável, é inadmissível", afirmou a jornalista.
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) irá apurar a conduta do parlamentar. A Alesp já recebeu seis pedidos de cassação contra Garcia.
Fonte: g1
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