O papa Francisco afirmou quarta-feira (14) que Deus não guia as religiões para a guerra, uma crítica implícita à guerra na Ucrânia.
A fala foi feita em encontro com o número 2 da igreja ortodoxa russa, o bispo Anthony, durante o Sétimo Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, no Cazaquistão. No congresso, o pontífice pediu ainda que "o sagrado" não seja usado "como suporte para o poder".
"Deus é paz. Ele sempre nos guia no caminho da paz, nunca no da guerra", declarou o papa Francisco, durante uma mesa redonda como parte do encontro no Palácio da Independência do Cazaquistão. "O sagrado nunca deve ser um suporte para o poder, nem o poder um suporte para o sagrado".
A fala foi vista como direcionada o líder da igreja ortodoxa russa, o Patriarca Kirill, que apoia a invasão da Ucrânia e cancelou participação no encontro.
O congresso reúne líderes religiosos cristãos, judeus, muçulmanos, budistas e hindus, entre outras religiões.
Kirill, próximo ao presidente russo, Vladimir Putin, deveria ter comparecido, mas desistiu em cima da hora. Em seu lugar, a igreja ortodoxa russa enviou uma delegação liderada pelo número 2 do patriarca. No início do ano, ele criticou o papa, que, em uma entrevista, chamou o religioso russo de 'coroinha' do Putin.
"Temos que nos comprometer, portanto, ainda mais em insistir na necessidade de solucionar conflitos não pelos meios inconclusivos do poder, com armas e ameaças mas com os únicos meios da benção dos céus e dignos do home: o encontro, o diálogo e negociações pacientes", completou Francisco.
O papa Francisco afirmou quarta-feira (14) que Deus não guia as religiões para a guerra, uma crítica implícita à guerra na Ucrânia.
Apesar de ser a presença mais esperada no encontro do Cazaquistão, o papa Francisco fala para uma minoria no país - apenas 6.000 cidadãos locais se declaram católicos. A grande maioria, 70%, se diz muçulmana, e outros 26% afirmam ser cristãos ortodoxos.
Encontro com número 2 da igreja ortodoxa russa
No congresso, o papa já se reuniu com o enviado da igreja ortodoxa russa, o bispo Anthony. O número 2 de Kirill afirmou que o encontro foi "cordial", mas que disse ao papa que seu comentário sobre Kirill ser "coroinha" de Putin não ajuda na unidade dos cristãos.
Anthony afirmou ainda que Francisco expressou seu desejo de reencontrar com o Patriarca Kirill - os dois já se reuniram em Havana, em Cuba, em 2016.
Fonte: g1
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