A Justiça decretou nesta quarta-feira (28) a prisão de quatro jovens que estavam no barco com o ambientalista Adolfo Duarte, o Ferrugem, que foi encontrado morto na represa Billings, Zona Sul de São Paulo, no começo deste mês. Defesa dos jovens diz que prisão é injusta.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) diz que Ferrugem não morreu afogado, e tinha uma marca no pescoço. Segundo o documento, ele morreu por asfixia mecânica, que pode ter sido causada por um aperto com as mãos ou por um mata-leão.
Um perito do IC disse em outro laudo que não houve tranco no barco, como alegaram os quatro jovens. Diante disso, a delegada Jakelline Nunes, titular do 101º Distrito Policial, pediu a prisão temporária e a Justiça concedeu. Os jovens negam qualquer agressão à vítima e dizem que foi um acidente.
O advogado André Nino, que representa os quatro jovens, disse que os rapazes estão no 101º DP e serão transferidos para carceragens de transição. Os quatro dizem que foi um acidente e mantêm a mesma versão de sempre, de que Ferrugem caiu do barco junto com a outra garota.
O advogado fiz que pretende ter acesso ao pedido de prisão e aguarda a audiência de custódia amanhã. “A nosso ver não há nada que justifique a prisão porque eles não estão atrapalhando as investigações".
Formado em história, Ferrugem trabalhava fazendo passeios com jovens pela represa e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. O desaparecimento ocorreu por volta de 19h30 do dia 1ºde agosto, durante um passeio com o grupo de jovens.
Uma das jovens que estava no barco do ativista disse à Polícia Civil que o líder ambiental a ajudou para que não se afogasse. Depois, no entanto, afirmou que ele teria desaparecido na água.
Desaparecimento
A esposa de Ferrugem, Uiara Duarte, contou à TV Globo que o último contato do marido foi às 19h41 do dia 1º de agosto por mensagem de WhatsApp. Após isso, ele não respondeu mais a mensagens enviadas por ela.
A Polícia Civil iniciou a investigação do caso como desaparecimento.
Em entrevista à TV Globo, a delegada responsável pelo caso, Jakelline Barros, disse que os jovens relataram em depoimento que os passageiros da parte de trás do barco caíram na represa quando houve um tranco.
"Os que estavam atrás acabaram por cair na água da represa. Ela [a jovem que caiu na água] diz que ele [Ferrugem] a ajudou a levantar, deu indicações de que deveria continuar a bater as pernas, mas ela afirma que, quando se apoiou na boia e olhou de lado, já não mais o viu", contou a delegada.
Em depoimento à polícia, o grupo que o contratou afirmou que Ferrugem e uma das jovens caíram na represa após um tranco no barco, e que os outros três passageiros jogaram um colete salva-vidas. A jovem foi resgatada, mas o ativista desapareceu na água.
Os rapazes conduziram o barco de volta até as margens da represa. No local, ao contarem a história a alguns moradores da região, o grupo foi agredido, de acordo com o boletim de ocorrência.
Fonte: g1
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