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quarta-feira, agosto 24, 2022

Empresário alvo da PF após mensagens golpistas foi fiador de Augusto Aras na PGR

Meyer Joseph Nigri, um dos empresários que foram alvo da operação da Polícia Federal (PF) na terça-feira (23) contra suspeitos de defender um golpe de estado em caso de vitória de Lula, foi o fiador da ida de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR).


Meyer Joseph Nigri durante evento beneficente em prol da Unibes com a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, em São Paulo, em junho de 2013 — Foto: Juan Guerra/Estadão Conteúdo/Arquivo


Dono da construtora Tecnisa, Nigri é uma liderança importante da comunidade judaica e amigo de Augusto Aras, que assumiu a PGR pelas mãos de Jair Bolsonaro (PL) mesmo sem estar entre os indicados para o cargo por meio da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) – tradição que era respeitada desde 2003.



O próprio Aras fez questão de ressaltar a proximidade com Nigri em seu discurso de posse na PGR.


"Ficaria difícil para mim nominar cada amigo. Então peço vênia para, em nome de Meyer Nigri, cumprimentar a todos presentes, especialmente aos amigos da Bahia aos quais não teria como nominar um a um e a todos os colegas e amigos aqui presente", disse Aras à ocasião.


PGR se queixou sobre operação

A operação da PF foi deflagrada depois que o site Metrópoles revelou a existência de um grupo de WhatsApp chamado "Empresários e Política", no qual os participantes trocavam mensagens golpistas.



A investigação tem por base a Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, que incluiu no Código Penal a previsão de pena para quem "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais"


Segundo "Metrópoles", Nigri encaminhou ao grupo uma mensagem que dizia que o STF "será o responsável por uma guerra civil no Brasil" e outro que defendia a contagem paralela de votos na eleição por uma comissão externa.


Na terça-feira (23), horas depois de o "amigo" – nas palavras do próprio Aras – ser alvo da operação, a PGR divulgou uma nota queixando que não foi informada formalmente pel Supremo Tribunal Federal (STF) de que ela ocorreria.


Horas depois, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes – responsável por autorizar a operação – rebateu e disse, por meio de nota, que a PGR foi intimada na segunda (22), véspera da operação, em um gabinete no STF, e que, posteriormente, ainda na segunda, a decisão foi recebida pelo gabinete da vice-procuradora geral da República, Lindôra Araújo.


Fonte: Blog da Andréia Sadi

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