O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por aliados a pedir paz nas eleições e a condenar de forma enfática o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.
O petista foi atacado a tiros, durante a festa de aniversário de 50 anos, pelo policial Jorge Guaranho. Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho entrou no local gritando palavras de ordem, como: "Aqui é Bolsonaro". Houve troca de tiros, e Guaranho também foi atingido. Ele está internado em estado grave.
Após o crime, Bolsonaro foi às redes sociais e optou por postar mensagens repudiando a violência contra opositores. Ele aproveitou para atacar a esquerda e defendeu investigações sobre a morte de Marcelo Arruda, sem citá-lo diretamente.
Ao blog, líderes do Centrão disseram que o pior seria Bolsonaro nem se pronunciar sobre o caso. Ele seguia em silêncio até o fim da tarde de domingo, quando postou as mensagens. O assassinato ocorreu na madrugada.
Na avaliação de líderes do Centrão, Bolsonaro “só teria a ganhar” se tivesse divulgado mensagens condenando “enfaticamente” o assassinato do petista e pedindo paz na eleição.
Isso iria, segundo eles, agradar o eleitorado de centro, que o presidente precisa atrair para ganhar a eleição. Bolsonaro, porém, optou por seguir uma linha mais ao gosto dos seus apoiadores de primeira hora, atacando a oposição.
Bolsonarismo raiz
Um aliado de Bolsonaro lembrou que esse também foi o comportamento do presidente no episódio dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
“Não adianta, o presidente não vai mudar, ele sempre fala num tom para agradar o bolsonarismo raiz, segue os conselhos do filho Carlos Bolsonaro”, comentou um interlocutor do presidente.
Bolsonaro alega que não é responsável pelas ações de seus apoiadores. Aliados dizem ao presidente que, se ele não quer ser associado a atos de bolsonaristas, deve pedir respeito às opiniões divergentes neste período pré-eleitoral.
Fonte: Blog do Valdo Cruz
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