domingo, junho 12, 2022

Pelado foi denunciado por Bruno Pereira dois meses antes do desaparecimento

Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, principal suspeito do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, foi denunciado por invasão de terra indígena e pesca ilegal pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) em abril deste ano.


Desaparecimento de jornalista e indigenista no AM: imagem mostra Amarildo preso — Foto: Reprodução


Segundo apurou o blog, Bruno Araújo teria sido um dos autores da denúncia. Ele trabalhava para a Univaja desde que havia sido exonerado do cargo de Coordenador de Povos Isolados da Funai e pediu licença não remunerada por considerar que não havia liberdade para trabalhar no governo Bolsonaro.


A denúncia contra Pelado foi encaminhada no dia 12 de abril à Funai, ao Ministério Público Federal e à Força Nacional de Segurança Pública em Tabatinga, no Amazonas. No relato, a entidade de Bruno Pereira relata que na noite de 3 de abril, a equipe de vigilância da instituição recebeu a informação de que "Pelado" estava com 4 ou 5 infratores pescando no interior da terra indígena, próxima à aldeia Korubo no Mário Brasil. Segue o relato: " Eles estariam de canoa pequena, no lago do Bananeira, na margem direita do rio Ituí, pescando peixe liso e pirarucu. Pelado tem sido apontado com um dos autores dos diversos atentados com arma de fogo contra a Base de Proteção da Funai entre 2018 e 2019", cita do documento.


O ofício é assinado pelo coordenador geral da Univaja, Paulo Dollis Barbosa da Silva. São citados outros nomes de pescadores e caçadores profissionais. Não se trata de atividade recreativa, muito menos artesanal. O ofício relata a presença de cinco embarcações de grande porte em áreas indígenas e dá detalhes: embarcações com caixa de gelo de 8 toneladas e carga total de aproximadamente cinco toneladas. O resultado da atividade criminosa também é superlativa: " centenas de tracajás, tartarugas e quilos de carne de caça estavam à venda do mercado ilegal da cidade", informa a Unijava.


Fonte: g1

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