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segunda-feira, maio 23, 2022

Sobrevivente de tiros disparados em posto no PR perdeu a visão de um olho: ‘Bala pegou no meu relógio’



A motorista Priscila de Almeida é uma das vítimas que estavam na varanda da loja de conveniência de um posto em Curitiba. O policial federal Ronaldo Massuia Silva deu três tiros nela.


“Eu não vi ele vindo, porque estávamos no chão, né? E aí depois que eu fui ver o que realmente estava acontecendo quando eu senti a minha perna. Falei: ‘meu Deus, eu levei um tiro’. E era o da perna. E aí eu fui sentindo mais dores. Foi onde eu senti a dor do peito. O tiro da barriga, eu só fui ver no hospital. Porque eu senti muito forte a minha perna e senti muito no peito, até porque atingiu o pulmão”, conta Priscila.


O namorado de Priscila, Eduardo Pribbnow da Cruz, também levou três tiros. O primeiro numa das pernas. Em um vídeo gravado quando ele ainda estava internado num hospital de Curitiba, Eduardo conta o que aconteceu no momento do segundo tiro.


“Ele foi me dar um tiro na cabeça, e eu botei a mão na frente, aí a bala pegou no meu relógio, e o relógio no punho, e os estilhaço voou tudo no meu olho, o estilhaço do meu relógio”, relembra.

Ronaldo perdeu a visão de um olho. O terceiro disparo foi na mesma perna.


“Tipo ela soltou o osso pra fora, daí já.. Dali eu num... Muita dor, muita dor”, conta.

Milena Christie Brotto também estava na varanda da loja, com o namorado, o fotógrafo André. Tinham saído de um show. É a primeira vez que ela fala sobre aquela noite de terror. A advogada não foi atingida. Mas Ronaldo matou o namorado dela com três tiros.



Depois dos disparos na varanda, Ronaldo sai da loja com a arma em punho. Mas vai voltar.


Um vídeo mostra Ronaldo se atrapalhando ao subir na jardineira e caindo sobre o vidro que cerca a varanda.


"E ele volta, foi quando ele voltou e caiu de novo em cima de mim. Imaginei que fosse outras pessoas tentando se proteger e achando que eu já tava ali no chão morta, não sei, pisando por cima”, conta Priscila.

“Eu penso: ‘poxa, se ele vê que eu tô viva ou se eu gritar ele também atira em mim, né?’. Então me fingi de morta ali meio atrás do André, e nisso o André começa a tossir muito. Eu achei ainda que estava tossindo, mas com certeza estava, né? Agonizando”, relembra Milena.

Ao sair de novo da lanchonete, o policial passa por Eduardo, que tinha se arrastado pra dentro da loja, e finalmente se afasta. Ele anda pelo posto e depois resolve se sentar numa mureta do estabelecimento. É quando a polícia chega, e ele é preso.


Fonte: g1

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