Viagens para outros países e muita ostentação nas redes sociais. Para bancar os luxos, a cantora gospel Isabela Cristi Gomes Barros e o marido dela, David Robson de Barros, tinham uma renda mensal de R$ 150 mil.
A informação foi repassada à polícia pelo homem, que prestou depoimento nesta segunda-feira (9). O casal, preso na última semana em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é suspeito de causar prejuízos a cerca de 300 pessoas por meio de uma plataforma de investimento no estilo pirâmide.
"Ele informou que obtinha, como investidor, cerca de R$ 150 mil. Vamos começar a trabalhar em cima da questão dos bens (do casal)", informou o delegado Flávio Teymeny.
Ainda conforme o delegado, David alegou que estava ocorrendo uma reestruturação na empresa, além de uma auditoria para que as dívidas fossem sanadas. Isabela, que chegou à delegacia nesta manhã, ainda estava sendo ouvida até as 16h.
Grupos de Whatsapp
De acordo com levantamentos da polícia, o casal tinha 12 grupos no Whatsapp com cerca de 250 participantes em cada um, totalizando mais de três mil investidores ou interessados no negócio.
"O plano que eles ofereciam era escalonado. Ou seja: 100% de lucros para aqueles clientes que optassem pelo lucro em até 40 dias. Ofereciam até 300% para aqueles clientes que optassem em receber esse lucro em até 210 dias. No mercado não existe essa prática. Nos negócios, inclusive em ações, é difícil encontrar 100%" (de lucro), detalhou o delegado.
O casal é investigado pelos crimes de associação criminosa, estelionato, crimes contra economia popular e o sistema financeiro.
O que diz a defesa
O advogado do casal, Jackson Caetano, diz que os clientes não cometeram crime.
"A pirâmide não existe nesse tipo de trabalho. É um trade em que pessoas que entram sabem que é um risco, as pessoas assinam um contrato de risco. No Brasil, o crime cibernético ainda não é totalmente esclarecido, ou seja, não podemos falar que eles cometeram um crime (...) Nós vamos trabalhar junto à Justiça para demonstrar que eles não cometeram um crime, eles simplesmente representam as pessoas diante de uma plataforma", afirmou.
A prisão
De acordo com a Polícia Militar, Isabela e David Robson foram presos no apartamento onde residem, em Lagoa Santa.
Segundo o sargento Alexandre Miranda Gonçalves, eles resistiram à ordem de prisão, e a porta do imóvel precisou ser arrombada. Além disso, uma filha pequena, de aproximadamente 3 meses, foi utilizada como escudo.
A corporação informou que havia mandado de prisão contra os dois, que eram considerados foragidos.
Investigação
Os suspeitos começaram com a empresa em 2019, e as investigações tiveram início em maio de 2021, após a denúncia de uma das vítimas. A polícia não descarta que investidores de outros estados também tenham sido vítimas do esquema.
Além de cantores e influenciadores digitais, Isabela e David também se apresentavam como "traders". No mercado financeiro, esses profissionais realizam transações diárias de compra e venda, especialmente na bolsa de valores.
Fonte: g1
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