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segunda-feira, maio 09, 2022

Cigarro eletrônico: entidades assinam documento para manter proibição do dispositivo

A Associação Médica Brasileira (AMB) e 45 entidades médicas divulgaram um posicionamento sobre os chamados dispositivos eletrônicos para fumar - os defs. O Jornal Hoje mostrou porque os médicos consideram eles mais perigosos do que os cigarros tradicionais.


Mesmo proibidos desde 2009, os cigarros eletrônicos estão à venda em comércios. A AMB estima que 650 mil pessoas fumem com esses dispositivos, a maioria jovens.


Atualmente, está em curso a chamada "tomada pública de subsídios", em que a Anvisa colhe dados técnicos e científicos relacionados ao tema para reavaliar se muda ou não a regra atual. Esse processo deve levar pelo menos 30 dias.



Segundo o presidente da AMB, durante a última década, estudos apontaram que os cigarros eletrônicos podem ser piores que o cigarro tradicional.


“Existe um dispositivo, parece um pen drive, que tem uma concentração muito maior de nicotina do que os outros dispositivos. A quantidade de nicotina faz com que existem uma menor irritação ao inalar o vapor, isso faz com que a pessoa use aquilo várias vezes por dia. então isso leva uma dependência muito maior”, explica Ricardo Meirelles, presidente da AMB.


O uso exagerado de cigarros eletrônicos pode causar doença pulmonar e câncer — Foto: Freepik


O problema não está somente na nicotina e nas outras substâncias tóxicas do fumo. A bateria e a resistência do cigarro eletrônico usadas para formar o vapor também podem soltar metais que acabam inalados pelo fumante, aumentando ainda mais o risco de câncer.



A Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que o cigarro eletrônico causa ainda problemas cardiovasculares, como infarto e AVC.


“Diferentemente do cigarro convencional que demora de 20 a 30 anos para manifestar doença no usuário, o cigarro eletrônico tem mostrado essa agressividade em menos tempo”, diz Aristóteles Alencar, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Com o farmacêutico Antônio Arnaldo de Carvalho Machado Neto foi bem rápido. Ele nem fumava quando ganhou de presente um cigarro eletrônico em 2019. Depois de um ano e meio foi parar no hospital. Teve 3 paradas cardíacas e ficou 43 dias na UTI.


“O cigarro eletrônico quase me fez morrer. Eu tive muitas complicações por causa do cigarro eletrônico. A primeira deles foi que o meu pulmão parou. Ficou quase 100% sem trocar. Eu tive um problema que ele forma um óleo, que envolve os alvéolos e meu pulmão parou quase 100%”, diz Antônio.


Uso de cigarros eletrônicos vira febre entre jovens em bares e festas — Foto: Reprodução/Freepik


As doenças causadas pelos dispositivos para fumar já têm até uma denominação em inglês. "evali". Traduzindo para o português, lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico.


Para convencer a Anvisa a não mudar de posicionamento, a Associação Médica Brasileira cita dados do CDC - órgão regulador dos Estados Unidos -- que registrou, até janeiro de 2020, 2711 casos de "evali", com 68 mortes.


Fonte: Jornal Hoje

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