A junta militar que governa o Mali acusou, na noite desta terça-feira (26), o exército francês de espionagem e subversão.
As acusações foram uma resposta à veiculação na França de vídeos gravados com um drone perto de uma base militar no país africano.
O Estado-maior francês publicou as imagens capturadas perto da base militar de Gossi , no centro do país. Até pouco tempo atrás, essa base era de controle francês. A França fez isso porque queria denunciar que mercenários supostamente russos estavam enterrando cadáveres para depois atribuir atrocidades às tropas francesas que estavam mobilizadas no Mali.
Desde o começo do ano, as autoridades do Mali constataram mais de 50 casos de violação do espaço aéreo por parte de aeronaves estrangeiras, principalmente operadas por forças francesas, disse o governo militar do Mali.
"Um dos casos mais recentes foi a presença ilegal de um drone das forças francesas em 20 de abril de 2022 sobre a base de Grossi, cujo controle tinha sido transferido" às forças armadas do Mali na véspera, afirma o texto, assinado pelo coronel Abdoulaye Maiga, porta-voz do governo instaurado após o golpe militar de 2020.
"Além da espionagem, as forças francesas são culpadas de subversão, publicando imagens falsas, montadas para acusar as forças armadas do Mali de ser autores de massacres de civis com o objetivo de embaçar sua imagem", diz o texto.
As imagens foram divulgadas pelo exército francês em 21 de abril, dois dias depois de restituir esta base ao Mali. O Estado-maior francês denunciou um "ataque informativo" contra suas tropas.
No vídeo, soldados são vistos cobrindo cadáveres com areia e filmando os corpos semienterrados. O exército francês acusa desta suposta montagem o grupo russo de segurança privada Wagner que, segundo Paris e Washington, está trabalhando com a junta militar do Mali.
Após a publicação destas imagens, o exército maliense anunciou a descoberta de "uma vala comum, não longe do campo antigamente ocupado pela força francesa Barkhane", nome da operação antijihadista francesa no Sahel.
Após quase uma década de intervenção militar contra o jihadismo no Sahel, o governo da França decidiu retirar-se do Mali. A segurança no país está se deteriorando, e há tensões entre os franceses e a junta militar, acusada pelos ocidentais de ter se aproximado de Moscou.
Fonte: Frances Presse
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!