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terça-feira, abril 26, 2022

Em ato com Bolsonaro, presidente de confederação de prefeitos pede 'tolerância'

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, se dirigiu ao presidente Jair Bolsonaro durante um evento nesta terça-feira (26) e afirmou que a democracia somente será consolidada se houver tolerância entre pessoas que pensam de forma diferente.


Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios, discursa em evento com Bolsonaro — Foto: Reprodução/TV Brasil


Ziulkoski fez a afirmação durante o ato de abertura da "Marcha a Brasília em defesa dos municípios", evento organizado pela CNM.


"Queremos ressaltar a sublinhar que aqui está a divergência do Brasil. Aqui estão prefeitos de todos os partidos, aqui tem prefeitos da extrema-esquerda, da esquerda, de centro, da direita. Não vou qualificar os partidos, mas todos estão aqui convivendo de maneira pacífica e é isso o que queremos para o Brasil", afirmou o presidente da entidade.



"Nós queremos a diversidade, e sim, ela existe, [...] e a democracia só será consolidada quando nós tivermos a tolerância. E nós estamos aqui dizendo, senhor presidente, que este é o nosso papel, com muito orgulho. Todos aqui convivemos. Prefeitos de partidos totalmente diferentes, mas sempre por uma causa comum", acrescentou.


Ainda no evento, Ziulkoski disse ser preciso "dar exemplo para o Brasil". "O Brasil precisa fazer como nós estamos fazendo: se unir. Unidos, para que possamos resgatar nossa moral, nossa dignidade e trabalhar por um Brasil cada vez maior", completou.


As declarações foram dadas em meio a uma crise entre os poderes Executivo e Judiciário. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) à perda do mandato e a 8 anos e 9 meses de prisão por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do Supremo e a instituições.


Daniel Silveira é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e, um dia após a decisão do STF, Bolsonaro editou um decreto no qual perdoou a pena do deputado.


Partidos de oposição, então, acionaram o Supremo a fim de tentar suspender o decreto de Bolsonaro. A relatora do caso, ministra Rosa Weber, deu prazo de 10 dias para Bolsonaro explicar o perdão da pena.


O colunista do g1 Valdo Cruz informou que, nos bastidores, ministros do STF defendem que o decreto não seja suspenso agora para "baixar a temperatura" entre os poderes.


Esta não foi a primeira crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o STF. No feriado de 7 de Setembro do ano passado, Bolsonaro fez um discurso a apoiadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com ameaças golpistas.


Dois dias depois, aconselhado pelo ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro divulgou uma "Declaração à Nação" na qual disse que não teve "intenção de agredir" os poderes no discurso de 7 de Setembro.


Discurso de Bolsonaro

Durante o evento, o presidente Jair Bolsonaro listou ações do governo federal e afirmou que programas como o Auxílio Emergencial e Auxílio Brasil injetaram recursos nos municípios. O presidente também relembrou que o governo federal enviou verbas para estados e municípios enfrentarem a pandemia.


Bolsonaro também defendeu a nova lei de improbidade administrativa, que, segundo ele, dá mais "tranquilidade" para os prefeitos trabalharem.


"A grande preocupação nossa é quando deixarmos a prefeitura um dia. A minha, quando deixar a Presidência, porque vamos deixar um dia. Esta questão não pode nos perseguir por 10, 15, 20 anos. Fui muito criticado por ocasião da sanção da lei da improbidade administrativa, mas tenho certeza que trabalhamos junto com a Câmara e o Senado para dar mais tranquilidade para que os senhores possam trabalhar", afirmou o presidente.



Segundo Bolsonaro, os prefeitos hoje são bem-recebidos pelo governo federal. O presidente afirmou a ajuda é mútua entre União e municípios.


"No passado, realmente, eu estou aqui [em Brasília] desde 1991, sei como os senhores eram tratados e como são hoje em dia. Hoje em dia, o tratamento é aquele que tem que ser dado aos senhores, obviament


Fonte: g1

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