David Bennett, de 57 anos, primeiro homem a receber em um transplante um coração de porco geneticamente modificado, morreu nesta terça-feira (9). A cirurgia havia sido feita em janeiro deste ano, no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore, nos Estados Unidos.
"Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção", declarou Bennett um dia antes da operação. O paciente passou os meses anteriores ao procedimento na cama e ligado a uma máquina de suporte à vida.
À época, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) americana, similar à Anvisa no Brasil, concedeu uma autorização de emergência para a cirurgia na véspera de Ano Novo — uma última chance para um paciente que não estava apto para um transplante convencional.
"Esta foi uma cirurgia revolucionária e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos", disse Bartley Griffith, que transplantou o coração do porco.
Sobre o órgão
O porco doador pertencia a um rebanho que passou por uma técnica de modificação genética. O procedimento buscou remover um gene que poderia desencadear uma forte resposta imune de um ser humano e, assim, causar a rejeição do órgão.
A modificação foi realizada pela empresa de biotecnologia Revivicor, que também forneceu o porco usado em um transplante de rim inovador feito em um paciente com morte cerebral em Nova York, em outubro de 2021.
O órgão doado permaneceu em uma máquina de preservação antes da cirurgia, e a equipe também usou um novo medicamento, um composto experimental, junto com outras substâncias convencionais para suprimir o sistema imunológico e impedir a rejeição do coração.
Atualmente, as válvulas cardíacas de porco já são amplamente utilizadas em humanos, e a pele de porco é enxertada em pessoas que sofreram queimaduras. Eles são animais doadores ideais devido ao seu tamanho, crescimento rápido, ninhadas grandes e ao fato de estarem prontamente disponíveis, sendo criados para alimentação.
Fonte; g1
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