O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta terça-feira (22) que o Brasil está na "antessala de uma nova banalização do mal".
Fachin deu a declaração ao discursar no painel "Democracia, Soberania Popular, Eleições Gerais e Cidadania", organizado pelo Centro Universitário de Brasília (Ceub).
"É necessário que se acrescente ao pensar o exercício de julgar, da capacidade de distinguir o certo do errado, o bem do mal. E é aqui que está o cerne dessa breve reflexão que faço para aplicar ao Brasil para os dias que vivemos. Estamos induvidosamente na antessala de uma nova banalização do mal", declarou Fachin.
Em 17 de fevereiro, quando Luís Roberto Barroso se despediu da presidência do TSE, Fachin se dirigiu ao ministro e disse que "ameaças de um passado sombrio não tão longínquo" rondam o tribunal "dia e noite".
Além disso, cinco dias depois, quando tomou posse como novo presidente do TSE, Fachin declarou que a democracia é "inegociável" e que, apesar dos ataques à Justiça Eleitoral, o melhor "antídoto" é fortalecer as instituições.
Atos contra a democracia
Ainda no discurso desta terça, Fachin disse que há no país o crescimento de "indivíduos e argumentos" destinados a tentar "colocar fim ao regime democrático".
"O extremismo saiu das beiras da circunferência política e hoje é o centro da espacialidade pública. Basta que vejamos no dia de hoje quais são as noticias centrais das quais as mídias sociais se ocupam", afirmou o presidente do TSE.
Fachin também afirmou que parte das mídias sociais está ocupada por "conduta de intolerância, de ausência de respeito mutuo, de afastamento da paz, de vilipêndio da segurança e, portanto, da própria ruína progressiva e nem sempre silenciosa da democracia".
"As doses fortes do populismo que se instalou no Brasil de cunho autoritário não vão depois dessas doses administradas na conduta, no pensamento, especialmente das gerações mais novas serem cunhadas com chazinho de camomila da compreensão clássica da democracia moderna", afirmou Fachin.
Fonte: g1
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