quarta-feira, março 23, 2022

Filho persegue assassino do pai por 12 anos, localiza o suspeito na web e acusado acaba preso: 'nunca desisti'

Após 12 anos da morte do pai, que foi assassinado em Registro, no interior de São Paulo, o líder de produção Leandro Rodrigues, de 28 anos, conseguiu pistas da localização - após pesquisas na web - do suspeito pelo crime, que estava foragido da Justiça.


Nas fotos, é possível ver Leandro, ainda pequeno, ao lado do pai, que morreu quando ele era adolescente — Foto: Arquivo Pessoal


Em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (23), ele relatou que, após entregar à polícia e à Guarda Municipal as informações que levantou, o homem foi preso.


O crime ocorreu em 2010. Leandro ainda era adolescente, e o pai dele, Elder Alves, tinha 38 anos. À época, a vítima estava indo até uma delegacia registrar um boletim de ocorrência contra o suspeito, que já havia o agredido e o ameaçava de morte. Contudo, Elder foi atingido por dois tiros, a poucas quadras do distrito policial, sendo que um dos disparos atingiu o coração, e ele não resistiu.


Rodrigues afirma que, após investigações, a Justiça decretou a prisão do suspeito, mas ele estava foragido desde então. Porém, ele nunca desistiu de localizá-lo.


"Depois do crime, uma policial me orientou a nunca deixar de ir atrás do assunto no Fórum. Aí, eu consegui um estágio lá, depois de um tempo, achando que, trabalhando lá, tudo iria dar certo, que conseguiria fazer irem atrás do cara, ficarem em cima do caso, mas nada disso aconteceu. Eu vi o processo dele guardado na prateleira, e nada de pistas, então, resolvi ler para ir atrás de mais informações do suspeito", conta.


Porém, no processo, existiam fotos do pai dele após ser alvejado, o que o abalou muito, e fez com que optasse por deixar a cidade de Registro após um tempo. Mas, mesmo morando em outro município, o líder de produção não deixou de tentar localizar mais pistas do suspeito.


Leandro nunca desistiu de encontrar suspeito de ter matado o pai em Registro, SP — Foto: Arquivo Pessoal


Até que, certo dia, Rodrigues fazia uma pesquisa na internet e descobriu que o suspeito abriu uma empresa no nome verdadeiro dele, na cidade de Aracaju (SE), porém, deu um telefone de Curitiba (PR).


"Eu liguei na polícia de Aracaju, confirmaram que era ele [o dono], e aí, passei a investigar mais a parte de Curitiba. Fiz um PIX para o CNPJ dele, e apareceu o nome dele. Depois, fiz um PIX para o número de celular dele que consegui, e apareceu o nome da mulher dele", afirma.


Rodrigues, então, conseguiu localizar a mulher do réu nas redes sociais, e em seguida, o perfil do suspeito, identificando que ele estava vivendo na Fazenda Rio Grande, no Paraná. "Eu consegui falar com a inteligência da Polícia Civil e da Guarda Municipal, e um policial, que era amigo da esposa dele [suspeito] nas redes sociais, também ajudou a localizar eles, e os guardas conseguiram prender o acusado", afirma.


"A prisão dele é um alívio. Agora, finalmente, ele vai pagar pelo que fez. Na minha vida toda, eu nunca desisti, nunca deixei de procurar ele, e o que me deu força para isso foi o amor que tinha pelo meu pai. Ele era tudo para mim. Foi muito difícil todos esses anos procurá-lo [suspeito], porque ele nunca deu pista de nada. Parece que Deus foi me mostrando o caminho, a hora certa, e felizmente, ele acabou se precipitando em abrir essa empresa no nome dele", afirma.


A Polícia Civil no Paraná confirmou ao g1 a prisão do suspeito, e que ele foi capturado pela Guarda Municipal de Fazenda Rio Grande, por cumprimento de mandado de prisão. Informou, também, que a investigação está a cargo da Polícia Civil em São Paulo.


O g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem.


Carteira de Elder quando faleceu tinha foto com os filhos e terço, conforme conta Leandro — Foto: Arquivo Pessoal


Fonte: G1

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