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terça-feira, março 08, 2022

Em evento do Dia da Mulher, Bolsonaro assina decreto para distribuição gratuita de itens de higiene menstrual

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (8) um decreto para proteção da saúde menstrual e distribuição gratuita de absorventes e outros itens de higiene. A assinatura ocorreu durante evento em comemoração ao Dia da Mulher, no Palácio do Planalto. No ano passado, Bolsonaro vetou um projeto que previa distribuição de absorventes (veja detalhes mais abaixo).


O presidente Jair Bolsonaro discursou no Palácio do Planalto em evento de comemoração ao dia da mulher — Foto: Reprodução/TV Brasil


"O programa da saúde menstrual prevê a oferta gratuita de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação feminina, bem como oferecer garantia de cuidados básicos de saúde e desenvolver meio para inclusão das mulheres em ações e programas de proteção à saúde menstrual", afirmou o governo.


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que o projeto prevê R$ 130 milhões, dinheiro do orçamento da própria pasta.


De acordo com o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, o decreto prevê atender 3,6 milhões de mulheres.


Câmara informou que o dinheiro previsto no programa será repassado para municípios, responsáveis por executar as ações.


Quem terá o direito

As mulheres atendidas serão divididas em três grupos:


mulheres em situação de rua

mulheres, de 12 a 21 anos, cumprindo medidas socioeducativas

alunas de 9 a 24 anos de idade matriculadas em escolas do programa Saúde na Escola


Veto no ano passado

Em outubro do ano passado, Bolsonaro sancionou a lei que criou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, porém vetou o artigo 1º, que previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos, e o artigo 3º, que estabelecia a lista de beneficiárias.


Bolsonaro disse a apoiadores na época que vetou o projeto porque o texto não dizia de onde sairia o dinheiro. O projeto, no entanto, previa uso da verba destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS).


O novo decreto foi assinado pelo presidente dois dias antes da sessão do Congresso Nacional que poderá analisar o veto de Bolsonaro à distribuição gratuita de absorventes.


Se o veto presidencial for derrubado, os trechos restaurados terão de ser promulgados por Bolsonaro – ou pelo próprio Congresso Nacional, se o prazo expirar. Nesse caso, a distribuição do absorvente menstrual passará a ser obrigatória para público citados na lei de 2021.


O trecho vetado por Bolsonaro previa a distribuição de absorventes higiênicos de forma gratuita para:


estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública de ensino

mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema

mulheres apreendidas e presidiárias, recolhidas em unidades do sistema penal

mulheres internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa


Outros anúncios de medidas

Durante a solenidade, o governo anunciou outras medidas voltadas a mulheres, entre as quais:


Trabalho de gestantes: o governo informou que Bolsonaro sancionou a lei que estabelece regras para o retorno de gestantes ao trabalho presencial nas seguintes hipóteses:


encerramento do estado de emergência em razão da Covid

se a mulher estiver vacinada. A volta vale a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização

se a mulher se recusar a se vacinar contra Covid-19, desde que assine termo de responsabilidade

se houver aborto espontâneo com recebimento do salário-maternidade nas duas semanas de afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Maria da Penha: Bolsonaro sancionou projeto de lei que altera a Lei Maria da Penha ao determinar o registro imediato, pela autoridade judicial, das medidas protetivas de urgência em favor da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes.


Brasil pra Elas: criação da Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino – Brasil pra Elas. Segundo o Ministério da Economia, a estratégia reúne ações, como acesso à crédito, cursos técnicos e informações sobre finanças para mulheres. A intenção é incentivar que a criação e expansão de negócios liderados por mulheres.


Outro veto

Nesta terça, Bolsonaro também anunciou, em rede social, a sanção de um outro tema que ele mesmo havia vetado anteriormente: a contagem do período da pandemia como tempo de serviço para gratificações e licenças-prêmio na saúde e na segurança pública.


Em 2020, o Congresso aprovou o congelamento da contagem do tempo de serviço de servidores públicos de maio até dezembro de 2021, para fins de recebimento dos benefícios.


Os parlamentares tentaram retirar os servidores da saúde e da segurança pública da regra, o que foi vetado por Bolsonaro. Em razão do veto, o tema teve que ser reapresentado como um projeto de lei –aprovado pelo Congresso e sancionado agora pelo presidente.


Fonte: g1

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